Saúde

Irmãs contam sucesso e simplicidade do transplante de medula

17/12/2013 - 21:03  

As irmãs Flávia e Fernanda Lima Moreira contaram durante audiência pública nesta terça-feira (17) na Comissão de Seguridade Social e Família a experiência de doação e transplante de medula óssea.

Flávia doou a medula para Fernanda, diagnosticada com leucemia há 15 anos. O transplante foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Universitário de Santa Maria. Flávia fala da simplicidade do procedimento e da importância de contar com uma rede de apoio que inclua não só a família.

"Eu fui para o hospital na segunda-feira de noite e na quarta de manhã já estava em casa. Não é um processo demorado. Eu tive um acompanhamento médico prévio e posterior. Me recuperei muito rápido. Então, se alguém quiser doar e ainda tiver algum receio, a sensação de poder ajudar alguém a ter a vida de volta é impagável então não há porque não doar”, ressaltou Flávia.

Outro fator que Flávia considera muito importante o cadastro de doadores é porque nenhum tratamento é feito sem doadores de sangue e plaquetas. “E só a família e amigos não são doadores suficientes."

A experiência de Flávia e Fernanda foi um sucesso, mas a quimioterapia foi custeada pelo plano de saúde e o médico pago pela própria família.

Faltam leitos
O Ministério da Saúde reconhece que faltam leitos específicos para transplantados nos hospitais públicos e lançou em 2010 um incentivo no valor de R$ 1 milhão para a instalação de unidades com até cinco leitos. Só três hospitais aderiram até hoje.

Autor do requerimento para a audiência pública, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) comemora os avanços alcançados nos últimos cinco anos, desde a morte de seu filho, com leucemia, que não encontrou doador.

O deputado destacou, no entanto, que é preciso investir também no custeio a longo prazo de unidades especializadas. "Em se tratando de leucemia, você tem que ter equipes especializadas. O quarto não pode ser o mesmo de qualquer outra doença, o ar tem que ser rarefeito, tem que ser fechado em razão da baixa imunidade dos pacientes.”

Na opinião de Albuquerque, é preciso convencer os hospitais a ampliar o número de leitos. “Evidentemente, esses hospitais têm de ser bem remunerados porque um transplante que dá certo são mais 4,5, 6 meses de tratamento e se não dá certo pode se prolongar por mais um ano. Não é o hospital que tem que assumir esse risco, mas o Sistema Único de Saúde."

Reportagem - Geórgia Moraes
Edição – Regina Céli Assumpção

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