Presidente de estatal explica grande diferença de preços na aquisição de usinas
17/12/2013 - 18:57

Na audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, desta terça-feira, o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, foi questionado pelos parlamentares sobre a grande diferença de preço entre as duas unidades das usinas de biocombustível adquiridas pela estatal.
Em setembro de 2009, a Petrobras Biocombustível pagou R$ 55 milhões pela compra de metade da unidade da BSBios em Marialva, no Paraná. Dois anos depois, desembolsou mais R$ 200 milhões pela metade da unidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Rossetto explicou que as duas usinas eram ativos diferenciados: na época das respectivas aquisições, a primeira usina ainda estava em estágio pré-operacional, com capacidade de produção de 129 milhões de litros/ano e operando somente na produção de biocombustível.
Já a unidade de Passo Fundo se encontrava plenamente operacional, com capacidade de produção de 159 milhões de litros/ano e ainda contava com uma esmagadora de grãos e local de armazenagem. Rossetto afirmou que eventuais dívidas das empresas adquiridas não foram assumidas pela estatal.
Mistura de combustíveis
Rossetto lembrou que existe hoje um debate nacional no sentido de se ampliar a participação do biodiesel na mistura com o diesel fóssil. Ele acredita que há "espaço positivo" para isso, já que, na sua opinião, o País tem capacidade instalada para responder ao aumento de demanda da economia brasileira, matéria-prima (óleo de soja, gordura animal, óleo de palma, óleo de girassol) e produção de biodiesel de boa qualidade.
"Estamos muito seguros de que, do ponto de vista técnico, nós poderíamos, sim, ampliar essa participação do biodiesel sem nenhum prejuízo para o consumidor nem para os motores e equipamentos de biodiesel. Buscar uma equação que permita uma folga para a Petrobras em relação à importação de diesel nos parece um valor importante", argumentou.
Citou ainda que os benefícios do biodiesel já foram comprovados ao longo dos vários de anos da produção no País, seja do ponto de vista ambiental, da lubrificação de motores, da ampliação da renda agrícola do País e da inclusão social de pequenos produtores. "Este é um programa vitorioso que combina qualidade ambiental, qualidade de fornecimento de combustível, inclusão social e desenvolvimento regional em todo o nosso País".
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Newton Araújo