Cidades e transportes

Presidente da Comissão de Viação critica modelo de concessão de aeroportos

Para o deputado Rodrigo Maia, restrição aos atuais concessionários de participar dos leilões de Galeão e Confins gera prejuízo ao governo.

16/10/2013 - 15:41  

Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
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O presidente da Comissão de Viação e Transportes, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o modelo de concessões dos aeroportos no Brasil. Segundo ele, o sistema atual gera perda de receitas para o governo.

Os aeroportos de Brasília, Viracopos (Campinas-SP) e Cumbica (Guarulhos-SP) já estão sendo geridos por grupos de empresas privadas, que participaram de leilão em fevereiro do ano passado. Um novo leilão, desta vez para os aeroportos de Galeão (Rio de Janeiro) e Confins (Belo Horizonte) está previsto para o próximo dia 22 de novembro.

De acordo com as regras atuais, os grupos que venceram os primeiros leilões não podem participar do novo certame. O objetivo, segundo o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, é estimular a concorrência entre os aeroportos: “O que queremos é ter concorrência também depois de feitas as licitações, até porque concorrência sempre gera beneficio, ou seja, mais qualidade e menores preços”.

Maia, no entanto, estima em cerca de R$ 4 bilhões o prejuízo do governo com a restrição. “Esses três concessionários que ganharam o primeiro leilão estavam preparados para ganhar também outros aeroportos no Brasil, já que, assim, teriam ganho de escala. Certamente o preço oferecido por elas seria maior”, argumentou.

As declarações foram feitas hoje durante audiência pública da Comissão de Viação e Transportes solicitada pelo próprio Rodrigo Maia. No encontro, o deputado defendeu que os grupos ganhadores dos leilões também ficassem responsáveis por aeroportos que hoje são deficitários.

Segundo ele, apenas os aeroportos que geram lucro hoje estão sendo concedidos. “Da forma como está sendo feito hoje, os aeroportos maiores ficarão com serviços de boa qualidade. Quem não voar por esses aeroportos terá uma qualidade muito menor de atendimento”, alertou.

Reportagem - Carolina Pompeu
Edição - Dourivan Lima

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