Relações exteriores

Presidente Dilma critica saída de senador da Bolívia sem autorização

Novo ministro de Relações Exteriores será convidado para dar explicações na Câmara.

27/08/2013 - 14:08  

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Solenidade de entrega do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da  Violência Contra a Mulher à presidente da República, Dilma Rousseff. Presidente da Câmara, dep. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
Dilma, na sessão solene, ao lado do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.

Ao deixar a sessão solene em que recebeu o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, a presidente Dilma Rousseff criticou, nesta terça-feira, a maneira como o senador boliviano Roger Pinto Molina saiu de La Paz (Bolívia).

“Um país civilizado e democrático protege seus asilados, sobre os quais ele tem de garantir, sobretudo, a segurança em relação à integridade física. O Brasil jamais poderia colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sob sua guarda. Nós negociamos em vários momentos o salvo conduto e não conseguimos”, disse Dilma.

A presidente comentou também as condições em que Molina estava vivendo. “A embaixada do Brasil é extremamente confortável. Eu estive no DOI-Codi [órgão de inteligência e repressão, subordinado ao Exército na época da ditadura] e asseguro a vocês que é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira em La Paz, como é distante o céu do inferno".

O comentário foi uma resposta à comparação feita pelo então encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, que teria ajudado o senador boliviano a fugir. Saboia disse em entrevista que a situação de Molina na embaixada brasileira era semelhante a de um preso no DOI-Codi.

Oposição a Evo Morales
Molina é um dos principais parlamentares de oposição ao governo do presidente boliviano, Evo Morales. Alegando perseguição política, ele vivia na embaixada brasileira na Bolívia, desde junho de 2012, em condição de asilado. O governo boliviano diz que o asilo foi pedido para evitar um processo na Justiça.

Valter Campanato/ABr
Relações Exteriores - Geral - senador boliviano Roger Pinto Molina
Molina na casa do seu advogado, em Brasília.

Para deixar a Bolívia, Morales precisava conceder um salvo-conduto (permissão que garantiria sua movimentação pelo território com a segurança de não ser preso). Molina, no entanto, deixou a Bolívia sem esse documento num carro da embaixada brasileira.

A retirada de Molina provocou a saída de Antonio Patriota do Ministério das Relações Exteriores e sua substituição pelo embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.

Novo ministro na Câmara
O presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), disse hoje que vai convidar o novo ministro para falar sobre o caso do senador boliviano.

Da Redação/ND
Com informações da Agência Brasil

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