Direito e Justiça

Partidos ainda não chegaram a acordo sobre a PEC 37

Grupo de trabalho que analisa a proposta (PEC 37/11) se reúne nesta quarta-feira para negociar um texto de consenso. Votação em Plenário está marcada para o dia 26.

18/06/2013 - 23:43  

Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados
Manifestantes fazem protesto em frente ao Congresso Nacional, em apoio às manifestações em São Paulo
Manifestantes são contra votação da PEC 37.

As manifestações que têm ocorrido em diversas cidades do País abordaram várias reivindicações. Entre elas, temas políticos, como a proposta de emenda à Constituição que restringe a investigação criminal às polícias federal e civis, o que impede que o Ministério Público faça inquéritos. Conhecida como PEC 37, a proposta está com votação marcada para o dia 26, no Plenário da Câmara.

Os protestos fizeram com que o presidente em exercício da Câmara, deputado Andre Vargas (PT-PR), voltasse a defender o adiamento da votação. “Acho que a PEC 37 deveria ser votada no segundo semestre, já que há uma possibilidade de entendimento entre as partes e também um debate na sociedade”, disse.

Independentemente da data da votação, o autor da PEC 37, deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), acredita em um acordo. “Estamos exaurindo esse processo de discussão, até para chegarmos a um denominador comum. Temos que pensar que o bom é satisfazer, atender a sociedade, a população e o cidadão, que não pode ter seus direitos desrespeitados.”

O deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que apoia as investigações do Ministério Público, também acha possível um acordo. “Há um modelo consagrado no texto constitucional que não pode ser discutido a partir dos interesses das corporações, e sim da sociedade que quer mais eficácia no processo de investigação e o fim da impunidade”, afirmou o deputado.

Negociações
O grupo de trabalho que tentou conciliar interesses das polícias e do Ministério Público não conseguiu consenso para um texto final. Uma nova rodada de negociações está prevista para esta quarta-feira (19). A proposta preliminar do grupo permite que o Ministério Público investigue, mas de forma excepcional, com regras e fiscalização da Justiça.

“O que a polícia não concorda é com o Ministério Público realizar investigações sozinho, de forma paralela, concorrente”, disse o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Marco Ribeiro.

Só na esfera federal, o Ministério Público tem 34 mil inquéritos abertos. O órgão não concorda com a restrição a essa atividade, como afirma o procurador da República Rogério Cunha. “A PEC retira do Ministério Público o poder de investigar, a partir do momento em que a polícia só reconhece esse poder se for com ela. Ela está admitindo o Ministério Público servir como um palpiteiro na sua investigação."

As negociações ocorrem também dentro dos partidos, que tentam definir se apoiam ou não a PEC 37.

A Coordenação de Participação Popular (CPP) da Câmara realiza uma enquete sobre a PEC 37. Participe!

Reportagem – Ginny Morais
Edição – Pierre Triboli

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