Cidades e transportes

Copa permitiu investimentos que não aconteceriam, dizem autoridades

12/12/2012 - 14:12  

Sérgio Almeida
XIII Conferência das Cidades e Congresso Brasileiro de Gestão Pública Municipal
Nova conjuntura permitiu maior cooperação entre União, estados e municípios, disseram autoridades.

O secretário nacional de transporte e de mobilidade urbana do Ministério das Cidades, Júlio Eduardo dos Santos, afirmou, há pouco, que as discussões em torno dos investimentos na Copa do Mundo deram oportunidade para que, pela primeira vez, a mobilidade urbana fosse debatida entre todas as esferas de governo.

O secretário participa da 13ª Conferência das Cidades, que discute hoje e amanhã o tema “mobilidade urbana”. O evento é promovido pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara. Hoje, estão previstos debates sobre a aplicação da Lei da Mobilidade Urbana (12.587/12) pelos municípios, a integração dos modais de transporte, os projetos de mobilidade urbana nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e as parcerias público-privadas (PPPs), entre outros.

De acordo com Júlio dos Santos, os debates em torno da necessidade de obras de mobilidade visando à Copa identificaram uma grande demanda por sistemas de transportes sobre trilhos. A necessidade deste tipo de transporte motivou, segundo o secretário, a criação do PAC da Mobilidade Grandes Cidades e, posteriormente, do PAC Mobilidade Médias Cidades. “Além disso, a mobilidade urbana aumentou sua importância nas eleições deste ano, ficando no mesmo patamar que educação, saúde, segurança e habitação”, acrescentou Santos.

O secretário ressaltou ainda ser importante que os investimentos induzidos pela Copa sejam contínuos e pautados pela política nacional de mobilidade urbana, em um esforço conjunto entre os governos federal, estaduais e municipais.

“Sentido de urgência”
Na mesma linha do secretário do Ministério dos Transportes, o consultor da presidência da Caixa Econômica Federal (CEF), Vicente Carlos Trevas, afirmou que a Copa do Mundo “deu um sentido de urgência positivo” às obras de mobilidade urbana e fez com que o Estado brasileiro fosse cobrado em relação a planejamento e novas obras. Trevas comemorou o fato de esse tema estar sendo discutido sob uma nova conjuntura, segundo ele, calcada em três frentes: a retomada de investimentos públicos como há tempos não se dava; a atualização do marco legal do setor, com a edição da lei da mobilidade urbana; e a forte cooperação entre os três entes federativos (União, estados e municípios) no planejamento das mudanças necessárias para uma melhor mobilidade.

A conferência foi interrompida e será retomada às 15 horas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Reportagem- Rodrigo Bittar
Edição- Mariana Monteiro

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