Segurança

CPI constata que diminuíram pontos de prostituição infantojuvenil em PE

05/11/2012 - 19:26  

Arquivo/ Gustavo Lima
Liliam Sá
Liliam Sá: disque 100 e denuncie a prostituição infantojuvenil.

Os pontos críticos de prostituição infantojuvenil nas estradas de Pernambuco diminuíram de 34 em 2011 para 20 em 2012. Apesar da redução de locais onde era verificada a exploração sexual de crianças, uma das maiores dificuldades da Polícia Rodoviária Federal - e também uma das metas - é conscientizar os caminhoneiros para que não pratiquem esse crime. Outra dificuldade é a fiscalização do tráfico de crianças nas estradas do interior do estado.

Deputados da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes estiveram, nesta segunda-feira, na Superintendência da Polícia Rodoviária de Pernambuco, em Recife. É a segunda visita da CPI ao estado.

A relatora da comissão, deputada Liliam Sá (PSD-RJ), afirma que a situação das crianças que são prostituídas nas estradas de Pernambuco é a mesma da do restante do País. Ela questionou o superintendente da Polícia Rodoviária de Pernambuco, Walker Barbosa, sobre como o setor de inteligência do órgão atua para evitar que crianças e adolescentes sejam levadas de um estado para o outro para serem exploradas sexualmente.

"Eles falaram que é muito difícil a fiscalização dos ônibus intraestaduais porque, quando é naqueles pontos que são paradas obrigatórias, dá para eles fazerem inspeção”, relatou a parlamentar. “Mas quando o ônibus trafega pelo interior, ele para em pontos pinga-pinga, pegam um aqui, outro ali. Então isso faz com que as crianças saiam para outros estados."

Causas da prostituição
Liliam Sá afiram que as crianças são levadas à prostituição por diversos motivos. Algumas delas já vivem nas ruas: saíram de casa por terem sofrido maus tratos ou abuso sexual. Nessa situação, encontram alguém que lhes apresenta drogas e a possibilidade de se prostituírem para ganhar dinheiro. Em outros casos, mães e pais levam as crianças à prostituição.

"Mas existem aquelas que estão dentro de casas ou apartamentos alugados, nas quais recebem boa alimentação e tem um cafetão ou uma cafetina por trás disso, que atende telefone e já leva aquela criança ou aquele adolescente encomendado para a prática da prostituição”, explicou a deputada. “Esses grupos são mais difíceis de a gente detectar. Isso aí é só por meio do Disque Denúncia ou de uma investigação mais apurada que nós vamos chegar a essas redes."

Qualquer pessoa pode denunciar a exploração sexual de crianças e adolescentes discando gratuitamente o número 100 de qualquer lugar do País. A CPI também recebe denúncias pelo telefone 0800-619619.

Reportagem – Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo

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