Congresso tem iluminação rosa em outubro para alertar sobre câncer de mama
01/10/2012 - 21:32
Nesta segunda-feira (1º), o prédio do Congresso Nacional foi colorido de rosa para dar início ao Outubro Rosa, uma campanha de conscientização para prevenir o câncer de mama. O mesmo ocorrerá durante todo o mês em diversos monumentos e prédios públicos em todo o Brasil.
Em sessão solene do Congresso, a senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou a necessidade da campanha para informar as mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce desse tipo de câncer, que tem 95% de chance de cura quando tratado no momento certo. “Mesmo assim, o câncer de mama ainda é encarado no Brasil como uma sentença de morte. A informação é importante demais para salvar vidas de mulheres”, disse.
Segundo a senadora, pesquisa de opinião realizada em seu estado diz que muitas mulheres evitam a mamografia, principal exame para detecção da doença, por medo de saberem que estão com câncer. Além disso, 20% das mulheres entrevistadas achavam que o câncer de mama é incurável. “São 8 mil casos só em Porto Alegre, quase todos tratáveis, mas o assunto ainda provoca traumas e muito medo”, disse.
Ana Amélia lembrou que a presidente Dilma Rousseff teve de tratar um câncer, assim como o ex-presidente Lula. E mesmo com toda a informação disponível, o câncer de mama continua sendo o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo. No Brasil, o número de mortes causadas pela doença continua alto, provavelmente porque ela só é diagnosticada tardiamente. Em 2010, 12 mil pessoas morreram de câncer de mama. Em 2012, estima-se que vão aparecer quase 53 mil novos casos da doença.
Mamografias
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que o ministério está trabalhando para reverter esses números. Em 2012, 28% a mais de mulheres realizou mamografias, comparado com dados de 2010. Na faixa etária de 50 a 60 anos, foco das campanhas de conscientização, o número de mulheres examinadas aumentou 41%.
A meta, segundo o ministro, é crescer 65% até o próximo ano. Para isso, o ministério está lançando um programa de mamografia móvel. “Esses investimentos devem ampliar o acesso ao tratamento, principalmente para mulheres mais pobres, na periferia de grandes cidades e nas pequenas cidades do interior”, disse.
O ministro também chamou atenção para a importância do estímulo a hábitos mais saudáveis. Tanto o cigarro quanto a obesidade são fatores de risco para o surgimento do primeiro tumor e para o retorno da doença, uma vez que ela seja tratada uma primeira vez.
Para a presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), a médica Maira Caleffi, o apoio do Congresso na campanha se soma aos alertas de médicos e às campanhas publicitárias. “Não é apenas o prédio que está iluminado, o assunto é que está em pauta, sendo discutido e levando informação às pessoas”, disse.
Números
A projeção oficial para 2012 é que 52.680 mulheres tenham a doença diagnosticada. De acordo com dados mais recentes do Datasus, 12.098 mulheres morreram de câncer de mama no Brasil em 2009.
Apenas no primeiro semestre de 2012, o Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou mais de 1 milhão de mamografias em mulheres de 50 a 69 anos, número que poderá ultrapassar 2 milhões até o fim do ano. A meta é que, em 2014, sejam realizadas 3,8 milhões de mamografias nessa faixa etária, considerada prioritária.
A sessão solene desta segunda-feira foi sugerida pela senadora Ana Amélia e pela coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP).
Reportagem – Marcello Larcher
Edição – Pierre Triboli