Política e Administração Pública

CPMI do Cachoeira pede sequestro de bens da organização criminosa

Representação que será entregue ao MPF também pede que 81 pessoas entreguem seus passaportes à Justiça. Objetivo é evitar fuga de envolvidos.

18/09/2012 - 21:36  

Leonardo Prado
membros da CPMI do Cachoeira durante coletiva, falam sobre representação para solicitar, à Justiça, o bloqueio de bens da organização registrados em nome de laranjas. Dep. Paulo Pimenta (vice-presidente da CPMI), sen. Vital do Rêgo (presidente da CPMI), dep. Odair Cunha (relator) e dep. Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)
Integrantes da CPMI se reuniram hoje para discutir o pedido de sequestro de bens.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações de agentes públicos e privados com o contraventor Carlos Cachoeira vai pedir ao Ministério Público Federal de Goiás (MPF), nesta quarta-feira (19), que solicite à Justiça o sequestro dos bens de todas as pessoas e empresas denunciadas por fazerem parte da organização criminosa.

O objetivo é evitar a venda de imóveis adquiridos com os lucros das atividades ilícitas. Com o sequestro, os bens ficariam sob a responsabilidade do Poder Público até a sentença transitada em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso.

A representação da CPMI que será entregue ao MPF também pede que 81 pessoas envolvidas com a organização sejam obrigadas a entregar seus passaportes à Justiça, sob pena de prisão preventiva.

O presidente da CPMI, senador Vital do Rego (PMDB-PB), explicou que a medida foi tomada após reportagem do jornal Correio Braziliense afirmar que pessoas ligadas a Cachoeira estariam tentando vender parte do patrimônio da organização criminosa. Segundo o jornal, algumas planejam fugir do País. “Os bens são de origem criminosa, temos que tomar providência”, afirmou.

O relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), defendeu a divulgação da lista de bens da organização para ajudar a evitar a venda desses imóveis. "A divulgação é um instrumento importante porque, se alguém comprar algum bem de alguma pessoa envolvida com a organização criminosa, está assumindo um risco enorme de estar comprando um patrimônio ilegal que no futuro pode ser expropriado, sequestrado pelo Poder Público", disse.

Reportagem – Jaciene Alves
Edição – Daniella Cronemberger

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