Direitos Humanos repudia ameaça britânica de invadir Embaixada do Equador
22/08/2012 - 18:35

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados divulgou nesta quarta-feira (22) nota de repúdio ao governo do Reino Unido por ameaçar invadir a embaixada do Equador em Londres para prender o australiano Julian Assange, fundador do site WikiLeaks.
“Nem mesmo as ditaduras latino-americanas se atreveram a invadir embaixadas para capturar dissidentes, nem proibir que saíssem com segurança para os países concedentes de asilo”, disse a nota assinada pelo presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA).
O documento foi divulgado durante audiência pública sobre a nova Lei de Acesso à Informação (12.527/11), realizada pela comissão nesta tarde.
Segundo o parlamentar, a Convenção de Viena de 1961 definiu o conceito de imunidade diplomática. “A violação dessa convenção significaria um retrocesso inaceitável, protagonizado pelo governo de uma nação democrática”.
Para Dutra, o vazamento de informações sobre crimes de guerra e a respeito de segredos de governos e até mesmo sobre bobagens do mundo diplomático publicadas no site não justificam uma perseguição unilateral. “As ameaças do governo do Reino Unido revelam uma velha postura colonialista em relação à América Latina. Será que a reação seria a mesma se o asilo político fosse concedido por um país europeu ou pelos Estados Unidos?” questiona.
Impasse diplomático
No último dia 16, o presidente do Equador, Rafael Correa, concedeu asilo político a Assange, que está há mais de dois meses abrigado na representação diplomática equatoriana em Londres. O governo britânico não quer conceder ao australiano o salvo-conduto , o documento que permitiria sua saída do país.
Rafael Correa disse ontem (21) que analisa a hipótese de recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça, de Haia, na Holanda, para garantir que o australiano Julian Assange deixe o Reino Unido e seja beneficiado pelo asilo político em território equatoriano.
Formado em física e matemática pela Universidade de Melbourne, na Austrália, Assange passou a ser conhecido internacionalmente por causa do site WikiLeaks, que divulgou em detalhes uma série de documentos sigilosos de vários países.
Da Redação - RCA
Com informações da Comissão de Direitos Humanos e Minorias