Deputados divergem sobre julgamento no Supremo
08/08/2012 - 20:33
O julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do caso conhecido como mensalão (Ação Penal 470) voltou a ser tema de debates no Plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8).
De acordo com o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), a Justiça brasileira escreve agora uma página importante da sua história. Ele disse que o tema é tratado com uma moral relativa. “Quando diz respeito a um determinado partido, é simplesmente caixa dois, mas, se fosse de outro partido, aí sim seria mensalão”, comparou. Segundo ele, “o que ocorreu no mensalão não foi simplesmente caixa dois, mas sim dinheiro público que foi parar na mão de parlamentares”.
Já o deputado Fernando Ferro (PT-PE) criticou a oposição por tentar, segundo ele, transformar o julgamento em pressão por punições antes mesmo da decisão final do STF. Trata-se, de acordo com o parlamentar, de uma tentativa do PSDB de recuperar o campo político perdido. Ele afirmou que existem setores na expectativa de tirar proveito eleitoral do julgamento.
Ivan Valente (Psol-SP), contudo, considerou que as provas recolhidas pela CPI sobre o caso demonstram o uso ilegal de recursos públicos para a compra de apoio político. Segundo ele, em nome da governabilidade o PT, que defendia a ética na política, se rebaixou por meio de negociações espúrias com o capital financeiro, levando um desgaste ainda maior à atividade política.
O deputado Edson Santos (PT-RJ) disse que o STF precisa julgar com isenção todos os réus. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, de acordo o parlamentar, foi um dos líderes do projeto político que vem sendo implantado no País com o objetivo de fortalecer a democracia e a distribuição de renda. Na avaliação de Edson Santos, houve escândalos de maiores proporções na história do Brasil, “como o suicídio de Getúlio Vargas e o mensalão do DEM em Minas Gerais”.
Da Reportagem
Edição – João Pitella Junior