Conselho de Ética rejeita abertura de processo contra Delegado Protógenes
Não cabe mais recurso da decisão do Conselho; representação contra o parlamentar será arquivada.
11/07/2012 - 19:17

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar rejeitou, nesta quarta-feira, a abertura de processo, pedida em representação do PSDB, contra o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP). Por 18 votos contrários, um a favor e uma abstenção, os integrantes do colegiado rejeitaram o parecer do relator, deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que pedia a investigação do parlamentar.
A representação do PSDB pedia a abertura de processo para investigar as relações de Protógenes com Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá, ex-sargento da Aeronáutica e acusado de ser o "araponga" da organização comandada pelo contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Escutas da Polícia Federal na Operação Monte Carlo flagraram Protógenes em 2011, quando já era deputado, dando orientações a Dadá sobre como proceder como testemunha de um processo aberto pela corregedoria do órgão que investigava a atuação dele como delegado.
Incoerência
Em sua defesa, Protógenes havia ressaltado que foi autor do pedido de instalação da CPMI do Cachoeira e que, portanto, seria incoerente atribuir a ele qualquer relação com o esquema. Aliviado com o resultado, o deputado tachou seu processo como fruto de uma disputa política interna da Câmara.
"Eu não tinha nem tenho nenhuma vinculação direta ou indiretamente com o esquema Cachoeira”, disse Protógenes. “Então, era incabível qualquer juízo de admissibilidade [de abertura de processo], partindo do fato de que os dados estão disponíveis na CPMI [do Cachoeira]."
Imagem negativa
Já o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) lamentou a decisão e disse que o Conselho de Ética deixou uma imagem negativa para a sociedade de que os parlamentares não investigam seus pares.
"Todas as vezes que recai uma denúncia sobre qualquer parlamentar, em vez de nós investigarmos para, ao final, dizermos se há ou não responsabilidade, nós deixamos mais uma vez a sociedade aguardando uma resposta e afirmamos em alto e bom som que não somos capazes sequer de investigar nossos pares, quando são investigados por outros órgãos”, ressaltou Sampaio. “É muito ruim. Isso leva a um descrédito ainda maior quanto ao Poder Legislativo Federal."
Voto vencedor
Com a rejeição do parecer de Amauri Teixeira sobre a representação contra Protógenes, o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), indicou o deputado Sibá Machado (PT-AC), para relatar o voto vencedor, que foi aprovado pelos conselheiros.
Reportagem – Marise Lugullo/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo