Política e Administração Pública

Conselho de Ética rejeita abertura de processo contra Delegado Protógenes

Não cabe mais recurso da decisão do Conselho; representação contra o parlamentar será arquivada.

11/07/2012 - 19:17  

Alexandra Martins
Reunião Ordinária. Item 1:  Votação do parecer preliminar do dep. Amauri Teixeira (PT/BA), relator do processo nº 05/12 (representação nº 12/12), em desfavor do dep. Delegado Protógenes (PCdoB/SP).  Item 2:  Apresentação, leitura, discussão e votação do parecer do deputado Guilherme Mussi (PSD/SP), relator do processo nº 04/2012 (representação nº 11/12), em desfavor do deputado joão carlos bacelar (PR/BA).  Item 3:  Instauração dos seguintes processos:  Processo nº 06/12 (representação nº 13/12), em desfavor do dep. João Carlos Bacelar (PR/BA), e sorteio da lista tríplice para designação de relator.  Processo nº 07/12 (representação nº 14/12), em desfavor do dep. Marcos Medrado (PDT/BA), e sorteio da lista tríplice para designação de relator
Conselho de Ética rejeitou processar Protógenes com 18 votos contrários, um a favor e uma abstenção.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar rejeitou, nesta quarta-feira, a abertura de processo, pedida em representação do PSDB, contra o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP). Por 18 votos contrários, um a favor e uma abstenção, os integrantes do colegiado rejeitaram o parecer do relator, deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que pedia a investigação do parlamentar.

A representação do PSDB pedia a abertura de processo para investigar as relações de Protógenes com Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá, ex-sargento da Aeronáutica e acusado de ser o "araponga" da organização comandada pelo contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Escutas da Polícia Federal na Operação Monte Carlo flagraram Protógenes em 2011, quando já era deputado, dando orientações a Dadá sobre como proceder como testemunha de um processo aberto pela corregedoria do órgão que investigava a atuação dele como delegado.

Incoerência
Em sua defesa, Protógenes havia ressaltado que foi autor do pedido de instalação da CPMI do Cachoeira e que, portanto, seria incoerente atribuir a ele qualquer relação com o esquema. Aliviado com o resultado, o deputado tachou seu processo como fruto de uma disputa política interna da Câmara.

"Eu não tinha nem tenho nenhuma vinculação direta ou indiretamente com o esquema Cachoeira”, disse Protógenes. “Então, era incabível qualquer juízo de admissibilidade [de abertura de processo], partindo do fato de que os dados estão disponíveis na CPMI [do Cachoeira]."

Imagem negativa
Já o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) lamentou a decisão e disse que o Conselho de Ética deixou uma imagem negativa para a sociedade de que os parlamentares não investigam seus pares.

"Todas as vezes que recai uma denúncia sobre qualquer parlamentar, em vez de nós investigarmos para, ao final, dizermos se há ou não responsabilidade, nós deixamos mais uma vez a sociedade aguardando uma resposta e afirmamos em alto e bom som que não somos capazes sequer de investigar nossos pares, quando são investigados por outros órgãos”, ressaltou Sampaio. “É muito ruim. Isso leva a um descrédito ainda maior quanto ao Poder Legislativo Federal."

Voto vencedor
Com a rejeição do parecer de Amauri Teixeira sobre a representação contra Protógenes, o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), indicou o deputado Sibá Machado (PT-AC), para relatar o voto vencedor, que foi aprovado pelos conselheiros.

Reportagem – Marise Lugullo/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo

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