Política e Administração Pública

Conheça as denúncias contra cada um dos convocados

05/07/2012 - 10:25  

Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta
A Delta Construções S.A. é apontada pela Polícia Federal como um dos principais braços do esquema de corrupção do contraventor Carlinhos Cachoeira. Segundo as investigações, Cachoeira seria sócio oculto da construtora, que é campeã de contratos de obras públicas do governo federal.

Em crise desde que a Operação Monte Carlo revelou as ligações de executivos da construtora com Cachoeira, a Delta protocolou no início deste mês, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, um pedido de recuperação judicial – instrumento jurídico usado por empresas em dificuldades financeiras e anteriormente chamado de concordata.

Licenciado da presidência do conselho de administração da Delta desde o dia 25 de abril, Cavendish vai permanecer afastado do comando da empresa enquanto durar seu processo de reestruturação.

Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit
Pagot se colocou à disposição para ir à CPMI para revelar detalhes sobre pressões da Delta para obter contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A Delta foi apontada pela Polícia Federal como envolvida com o esquema de Carlinhos Cachoeira, para o qual transferiria recursos por meio de empresas fantasmas.

Pagot também concedeu entrevistas denunciando esquemas de caixa 2 em campanhas do PSDB. Afirmou ainda que intermediava doações de empreiteiras a campanhas do PT.

Escutas telefônicas da PF indicam que o contraventor Carlinhos Cachoeira articulou a demissão de Pagot, por contrariar seus interesses. Pagot foi afastado do cargo após uma série de denúncias de corrupção no órgão, que derrubaram também o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, do PR, e abriram uma crise política entre o partido e a presidente Dilma Rousseff. Nascimento reassumiu o cargo de senador.

Raul Filho (PT), prefeito de Palmas
O prefeito de Palmas aparece em vídeo gravado pelo contraventor Carlos Cachoeira em 2004, durante a campanha que o elegeu pela primeira vez.

O vídeo mostra Cachoeira e Raul entrando em uma sala com assessores para uma reunião. Eles conversam por quase uma hora. O futuro prefeito fala sobre as oportunidades que poderiam ser exploradas pelo grupo de Cachoeira na capital do Tocantins, em troca de contribuições de campanha.

Paulo “Preto”, ex-servidor público
Paulo Vieira de Souza, apelidado de Paulo “Preto”, foi citado em entrevista concedida por Luiz Antonio Pagot à revista IstoÉ. No período em que José Serra (PSDB) governou o estado de São Paulo, Paulo “Preto” comandou a construção do Rodoanel, da ampliação das vias marginais da capital e da construção do Complexo Viário Jacu Pêssego.

Pagot disse que recebeu pressões de Paulo “Preto” para liberar R$ 264 milhões em aditivos para a conclusão do trecho sul do Rodoanel. Esses recursos, segundo ele, seriam destinados ao caixa 2 de campanhas do PSDB.

Adir Assad, empresário
O empresário paulista, que atua nos segmentos de construção civil e eventos, é dono de empresas que teriam recebido aproximadamente R$ 48 milhões da Delta Construções S.A. para pagar propinas e financiar campanhas.

Os saques para essas propinas seriam feitos nos bancos, diretamente com os caixas, para despistar qualquer tipo de investigação.

Andréa Aprigio, ex-mulher de Cachoeira
De acordo com a Receita Federal, bens de Carlinhos Cachoeira estão no nome de Andréa Aprígio, sua ex-mulher. Ela declarou um patrimônio R$ 9,8 milhões. Entre os bens, estão uma casa em Miami, uma fazenda de 165 hectares, um avião Cessna, salas comerciais e apartamentos em Goiânia e no Rio.

Andréa tem registro de assalariada no laboratório Vitapan, que a Polícia Federal diz pertencer, de fato, a Cachoeira. O salário dela, em 2010, foi de R$ 12 mil. De acordo com informações enviadas pela Receita em 2011, Andréa é sócia de quatro empresas, entre elas a Vitapan.

Da Redação/WS

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