Casa que era de Perillo foi comprada com cheque de empresa ligada a Cachoeira
26/06/2012 - 09:55
O relator da CPMI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), e a Polícia Federal suspeitam que a casa que foi do governador de Goiás, Marconi Perillo, e na qual o contraventor foi preso tenha sido comprada indiretamente por Cachoeira. "Não tem problema em vender a casa para Cachoeira, o problema é negar isso", disse Cunha.
O emitente dos cheques recebidos por Perillo como pagamento da casa é a Excitant Indústria e Comércio, empresa que, de acordo com a PF, pertence a uma cunhada de Cachoeira e recebeu depósitos da Alberto e Pantoja, empresa fantasma que supostamente abastecia as contas do grupo de Cachoeira. O governador disse que não viu quem era o emitente dos cheques
Perillo disse na CPMI que a venda foi inicialmente feita a Wladimir Garcez, ex-vereador pelo PSDB e ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, que também foi preso pela PF, e que este, por falta de dinheiro para concretizar o negócio, repassou a casa ao empresário Walter Paulo Santiago.
Segundo Perillo, os cheques que recebeu foram dados por Garcez, e somente depois ele soube que foram emitidos por um sobrinho de Cachoeira. "Os cheques eram nominais, foram recebidos e depositados em minha conta pessoal e demonstram a boa-fé da transação", disse.
Odair Cunha questionou sobre o fato de a escritura da casa não ter saído em nome de Garcez. "Durante longo tempo cogitou-se que vendi para o Cachoeira. Restou provado que não foi. Ocorre que não adianta forçar a barra. Quem pediu para comprar a casa foi o Garcez. Acertamos o valor e ele ficou de pagar com cheques pré-datados. Não tinha como eu escriturar a casa sem ter os cheques pagos. Segundo, eu não tinha como, não tinha bola de cristal, para saber que o sr. Garcez tinha recorrido aos seus patrões", respondeu Perillo.
O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), não se convenceu com os esclarecimentos do governador goiano sobre a venda de seu imóvel ao grupo de Cachoeira. "Quem pagou a aquisição dessa casa foi Cachoeira/Delta, o esquema que estamos investigando aqui. Isso é irrefutável, mas o governador insiste nesse argumento pífio de dizer que não reparou quem estava emitindo o cheque. Ninguém, em uma soma desse tipo, vai ter essa desatenção", disse Alencar.
Da Redação/WS