Trabalho, Previdência e Assistência

CNI e CUT divergem sobre a medida

11/05/2012 - 12:25  

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) divergem sobre a necessidade do novo ponto eletrônico.

Para o gerente executivo de Relações do Trabalho da CNI, Emerson Casali, a adoção do Registro Eletrônico de Ponto (REP) pune todos os empresários com os custos dos novos equipamentos por causa da ação de maus empregadores. “Existem problemas, mas não podemos punir todos por isso”, disse.

O secretário de Relações do Trabalho da CUT, Manoel Messias, afirmou que o ponto eletrônico garante ao trabalhador um comprovante da sua jornada e segurança na hora de buscar seus direitos, ao contrário dos sistemas antigos, que podiam ser fraudados.

Para Messias, eventuais mudanças no novo ponto eletrônico podem ser discutidas, mas há três princípios inegociáveis. “O ponto deve ser marcado pelo trabalhador sem pressão do patrão e deve ser inviolável. E o trabalhador deve ter a informação precisa”, afirmou.

Em 9 de maio, o Ministério do Trabalho fará uma reunião com centrais sindicais e sindicatos patronais para avaliar mudanças no novo ponto eletrônico, como a possibilidade de admissão de sistemas de marcação de jornada de trabalho a distância.

O representante da CNI afirmou que a medida vai contra inovações do mercado, como o trabalho a distância, regulamentado pela Lei 12.551/11. Com o registro obrigatório pelos novos pontos eletrônicos não será possível utilizar outros sistemas eletrônicos a distância, como notebooks ou celulares com certificação eletrônica, para comprovação de jornada de trabalho.

“Em muitas empresas com uso intensivo do computador, o trabalhador bate ponto no próprio terminal”, argumentou. Messias reconheceu a dificuldade com o trabalho a distância, mas afirmou que esse item não inviabiliza a adoção do novo sistema.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Wilson Silveira

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