Segurança

Ministro da Defesa defende cooperação entre países sul-americanos e africanos

15/02/2012 - 11:03  

Beto Oliveira
Celso Amorim (ministro da Defesa)
Celso Amorim: cooperação garantirá uma via segura de comércio no Atlântico Sul.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu nesta quarta-feira (15) a cooperação entre países sul-americanos e africanos para garantir que o Atlântico Sul seja uma “via segura de comércio”. “A fluidez do cenário internacional exige que o Brasil e a América do Sul possuam uma estratégia comum”, disse o ministro, em seminário promovido na Câmara pela Frente Parlamentar de Defesa Nacional.

Amorim afirmou, no entanto, que nenhum país soberano deve delegar sua defesa a terceiros.

Indústria de defesa
O ministro também destacou a aprovação da MP 544/11, que cria um regime tributário especial para a indústria de defesa nacional. A MP foi aprovada ontem pelo Plenário da Câmara e seguirá para o Senado. Amorim disse que as medidas previstas na MP estão alinhadas como Plano Brasil Maior, que tem como objetivo aumentar a competitividade da indústria nacional.

Segundo o ministro, o governo também continuará a “dar boas-vindas” ao capital estrangeiro na indústria bélica. Além de parcerias entre nações sul-americanas e africanas, o ministro disse que há previsão de cooperação na área de Defesa com países como Estados Unidos e Índia.

Compra de caças
Ao sair do evento, Amorim foi questionado sobre a compra de novos caças pelo governo, que tem sido adiada nos últimos anos. Ele disse que o processo de compra pode avançar neste semestre, mas ressaltou que a decisão cabe à presidente Dilma Rousseff.

Amorim lembrou que a compra não é simples, pois envolve a transferência de tecnologia e um índice de produção nacional, além de gerar obrigações contratuais durante dez anos. O ministro disse que a aquisição dos aviões também levará em conta a capacidade financeira do País. "É uma compra necessária, mas não é barata."

A compra vinha sendo negociada com a França, os Estados Unidos e a Suécia.

Independência tecnológica
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou durante o seminário que o desenvolvimento científico e tecnológico do País precisa estar associado à soberania nacional. Ele afirmou que o ministério desenvolve projetos em conjunto com o setor de defesa, que receberam investimentos de R$ 1,5 bilhão em 2010 e 2011.

Raupp disse que espera um aumento significativo dessa colaboração ao longo dos próximos anos. “Quase 50% das nossas atividades estão previstas na Estratégia Nacional de Defesa”, declarou.

O presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), disse que o futuro e as perspectivas da Estratégia Nacional de Defesa são fundamentais para garantir a soberania do Brasil sobre o seu território. "A soberania não é uma questão das Forças Armadas, é questão nacional de desenvolvimento."

Zarattini também destacou a importância da transferência de tecnologia, dos investimentos nacionais no setor e na capacitação de pessoal nos últimos anos. "Estamos formando pessoas com conhecimento tecnológico cada vez maior."

O seminário ocorre no auditório Nereu Ramos.

Continue acompanhando a cobertura deste evento.

*Matéria atualizada às 13h45.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Pierre Triboli
Com informações da Rádio Câmara

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