Política e Administração Pública

Prioridade do PSDB é derrubar veto à regulamentação da Emenda 29

02/02/2012 - 15:00  

Beto Oliveira
Bruno Araújo
Araújo: PSDB ainda não definiu posição sobre previdência do servidor e Lei Geral da Copa.

Aos 39 anos, o deputado Bruno Araújo (PE) é o líder mais jovem da história do PSDB. O parlamentar foi 1º vice-líder da legenda entre 2008 e 2009, relator setorial do Orçamento em 2009, relator da Receita em 2010 e, atualmente, preside a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

Antes de chegar ao Congresso, o advogado exerceu dois mandatos de deputado estadual em Pernambuco. Foi presidente da Assembleia Legislativa e líder do Governo Jarbas Vasconcelos. Toda a trajetória pública de Araújo foi pelo PSDB, partido ao qual é filiado há 16 anos.

Bruno Araújo substitui o deputado Duarte Nogueira (SP) na liderança do partido. Nesta entrevista à Agência Câmara, o novo líder fala sobre as prioridades de votação do PSDB para 2012.

Agência Câmara – Quais as principais propostas que estão na pauta da Câmara neste ano na avaliação dos integrantes do seu partido?
Bruno Araújo –
Vamos ser vigilantes com o processo de oposição e incrementar nossas propostas. O PSDB precisa ser um partido de posições. Há um trabalho conjunto na bancada para termos uma visão precisa de cada temática que identificarmos como importante.

Queremos colocar na pauta de votação um tema novo, que é a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei Complementar 141/12, que regulamentou a Emenda 29 para garantir mais recursos para a saúde. Esses vetos tiraram dinheiro da saúde.

Tivemos, ao longo de anos, a discussão que permitiu um acordo para aporte de recursos para a saúde. Porém, um dos vetos [de aumento dos gastos da União em saúde se houvesse reestimativa do valor do Produto Interno Bruto] manteve o ônus para estados e municípios.

A saúde é das coisas mais graves do que temos em nossas demandas sociais, e o governo virou as costas para a questão. Acho que, nesse caso, vai valer a consciência da maioria dos deputados. A saúde pública entrou na UTI e o veto é uma das formas de amenizar o sofrimento de milhares de brasileiros.

Agência Câmara – E com relação às principais votações, como a divisão dos royalties do petróleo (PL 2565/11), o Fundo de Previdência do Servidor e a Lei Geral da Copa, como o PSDB irá atuar?
Bruno Araújo – A questão dos royalties não envolve os partidos, mas estados produtores e não produtores. O governo não tem tido coragem de discutir o tema. Põe o tema para debaixo do tapete, tem protelado a resolução há muito tempo e isso tem causado impactos em investimentos. O governo não contribuiu para a celeridade do projeto.

Com relação ao Funpresp [PL 1992/07] e à Lei Geral da Copa [PL 2330/11] ainda temos que fechar a posição do partido.

Agência Câmara – A reforma política é uma prioridade para o governo e ainda não avançou muito no Congresso. Qual a posição do PSDB?
Bruno Araújo – Estamos no 10º ano da administração petista e vemos essa manifestação de prioridade e isso não tem passado de retórica. O PT anuncia a reforma política e tributária como prioridade. Mas, se fosse mesmo prioridade, o governo já teria decidido em votação. Isso não passa de ficção. Quando a maioria decidir votar essa e outras propostas, o PSDB vai dar suas considerações.

*Matéria atualizada em 03/02.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcelo Oliveira

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