Consumidor

Diretor da Febraban admite que falta informação clara ao consumidor

24/08/2011 - 17:32  

O diretor de Autorregulação da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Gustavo Marrone, admitiu que a falta de informação clara e simplificada é o que gera reclamações de consumidores contra o sistema financeiro. Marrone apresentou as propostas da Febraban para resolver o problema em seminário realizado nesta quarta-feira pelas comissões de Finanças e Tributação e de Defesa do Consumidor sobre o sistema financeiro nacional.

Segundo ele, as principais reclamações dizem respeito a cobranças indevidas. Parte delas decorre de serviços realmente não solicitados ou de cobranças não mais permitidas, mas presentes em contratos anteriores às mudanças na legislação. Mas outra parte, ele diz, ocorre porque o consumidor não consegue identificar o serviço prestado. “Isso decorre da falta de clareza dos contratos”, explicou. A Febraban, informou, estuda o estabelecimento de contratos mais simples, curtos e claros.

O diretor admitiu também que os juros cobrados pelos bancos são altos, mas disse que a Febraban estuda formas de reduzi-los, a partir da oferta de produtos mais adequados a cada consumidor. "Não interessa ao banco dar um produto ao consumidor que, dali a seis meses, ele desiste de ser cliente do banco; o que interessa é criar uma rede de sustentabilidade”, explicou.

Correspondentes bancários
A responsabilidade das instituições financeiras sobre a ação de seus correspondentes bancários foi cobrada durante o seminário. Chamados de "pastinhas", esses agentes oferecem serviços bancários nos locais onde não existem agências. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, Sérgio Belsito, o mecanismo é útil, mas precisa ser interiorizado e fiscalizado pelas empresas que terceirizam o serviço e, indiretamente, pelo Banco Central.

"Esses correspondentes não têm uma preparação adequada. Existe uma competitividade predatória entre eles. E o banco tem metas para cumprir e, de uma certa forma, fecha os olhos para uma atuação inescrupulosa do correspondente”, disse Belsito.

Reportagem - Verônica Lima/Rádio Câmara
Edição - Maria Clarice Dias

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