Economia

Posição de ministros durante a comissão geral repercute na Câmara

09/08/2011 - 21:51  

As declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, durante a comissão geral realizada nesta terça-feira, repercutiram na Câmara. O presidente da Casa, Marco Maia, disse ter entendido o recado de que há uma preocupação do governo quanto ao aumento de gastos, em função da crise econômica internacional.

"O momento é muito delicado e temos que tratar este momento com a responsabilidade que nos é colocada pelo próprio momento”, disse o presidente. “De fato, nós temos que discutir com muita cautela todas as medidas que possam resultar em algum tipo de aumento de gastos ou algum tipo de dificuldades para se manter o controle da inflação, o controle dos gastos públicos."

Segundo o líder do governo, deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), a contenção de gastos proposta pelo ministro Guido Mantega não atinge o crescimento do País, mas o líder não descartou medidas como cortes nos reajustes de servidores.

"Estamos cuidadosos em não promover nenhum gasto desnecessário. Mas não vamos comprometer investimentos e a convicção que nós temos é que o Brasil tem força e pode enfrentar essa crise internacional. A crise é deles, não é do Brasil. Então, nós não vamos pisar no freio da economia”, disse Vaccarezza. “ Eu acho que tem uma dificuldade em relação ao pedido do Judiciário. Já existe um repasse do governo federal para o Judiciário. Na realidade, um reajuste significaria um aumento desse repasse."

Medidas insuficientes
Já a oposição considerou insuficientes as medidas anunciadas pelo governo para enfrentar a crise econômica. É o que pensa o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). "Não atingem os pontos principais de dinamização industrial, de aumento do poder competitivo da indústria nacional e, sobretudo, investir em capital humano. O Brasil tem que se tornar a sociedade do conhecimento, a sociedade do saber e isso tudo só se faz com investimento em capital humano."

O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), aponta a atual crise política no governo como um dos entraves ao crescimento do País. "A crise política que o governo atravessa paralisa os investimentos. Os investimentos têm sido menores que no ano passado, com dois fatores muito ruins: inflação mais alta, uma economia indexada, uma memória inflacionária ainda presente e altas taxas de juros, o que inviabiliza, a médio prazo, o custo financeiro de novos investimentos."

Nogueira cobrou mais fiscalização permanente para que haja uma investigação profunda quanto às recentes denúncias sobre irregularidades em vários ministérios.

Reportagem – Idhelene Macedo/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo

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