PPS propõe apuração de denúncias de corrupção na Conab
02/08/2011 - 12:52
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), protocolou nesta terça-feira, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, proposta de fiscalização da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura. Se a proposta for aprovada, a investigação será feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
A proposta se baseia em denúncia divulgada pela revista Veja, que traz entrevista com Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “Jucazinho”, como é conhecido, denuncia casos de desvio de dinheiro na Conab, afirma que no ministério "só tem bandido" e acusa o ministro Wagner Rossi (indicado pelo PMDB) de lhe oferecer propina em troca do silêncio.
"As revelações feitas à imprensa indicam que o Ministério da Agricultura pode ter se transformado numa central de negócios, tendo a Conab como posto avançado para a formalização de transações escusas. Embora a corrupção no País esteja em tal nível que chega a causar desânimo, a luta contra esse mal deve prosseguir", defendeu Rubens Bueno, que também propõe a instalação, no Congresso, de uma ampla CPI para investigar os casos de corrupção no Governo Dilma.
"O TCU pode dar uma grande contribuição e auxiliar a Câmara no trabalho de passar a limpo toda essa história no Ministério da Agricultura", disse o líder do PPS.
Na entrevista à Veja, “Jucazinho” disse que o esquema de desvio de recursos públicos na Conab é comandado pelo ministro Wagner Rossi e que há um “consórcio” entre o PMDB e o PTB no controle do ministério. Entre as irregularidades denunciadas pelo irmão de Romero Jucá, está um “acerto” com a Caramuru Alimentos para postergar o pagamento de uma dívida em troca de recebimento de propina. O senador Gim Argello (PTB-DF) também é citado na reportagem como homem influente na Conab e beneficiário de um esquema de venda de terrenos da Conab abaixo do preço de mercado.
Oscar Jucá foi exonerado, na semana passada, depois que a Veja revelou que ele havia autorizado um pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa fantasma que já foi ligada à sua família e que hoje tem como “sócios” um pedreiro e um vendedor de carros.
De acordo com Rubens Bueno, esse caso da Conab agrava a situação do governo, que, em sua avaliação, está corroído pelas denúncias de corrupção. “É preciso um pente-fino dos órgãos controladores. As irregularidades aparecem a toda hora. Esse governo precisa passar por uma auditoria geral”, criticou.
PMDB
O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), disse na segunda-feira que iria convidar o ministro Wagner Rossi para vir à Câmara dar explicações ainda nesta semana sobre as acusações feitas por "Jucazinho".
Da Redação/WS