Deputado reforça denúncia de irregularidades na obra da BR 440
13/07/2011 - 16:16
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse há pouco que a construção da BR 440, que passa por Juiz de Fora (MG), é exemplo de um “desastre de gestão” do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Delgado participa de audiência pública com o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luis Antônio Pagot, que já dura mais de seis horas.
O parlamentar disse que se reuniu com representantes dos ministérios dos Transportes e do Planejamento para questionar a obra da rodovia, que custou R$ 60 milhões do Orçamento do ano passado para a construção de apenas quatro quilômetros. “Quinze milhões o quilômetro? Nem na Lua”, ironizou o deputado, confirmando as declarações publicadas na última semana pela revista Veja de que o então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento teria dito “isso dá cadeia” quando confrontado pelo deputado sobre a obra.
Delgado afirmou que o Dnit foi informado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) sobre a impossibilidade da obra em Juiz de Fora e, mesmo assim, liberou R$ 60 milhões para a construção da rodovia. “A empresa contratada estava colocando manta asfáltica em nascente para secar uma das represas que abastece a nossa cidade. Isso foi documento do Ibama para Dnit”, enfatizou.
O deputado disse ainda que não há comprovação de que esse trecho trará benefícios econômicos a Juiz de Fora. Segundo ele, a obra teria sido iniciada sem o conhecimento do Ministério do Planejamento. “Agora tem que arrumar o buraco que foi aberto, tem que tirar encosta, tem que remover a manta asfáltica e eu quero saber quem vai consertar”, cobrou.
Pagot se disse “envergonhado” sobre a construção da BR 440 e defendeu que a obra seja paralisada e que as responsabilidades sejam investigadas. “Se a empresa tiver de devolver dinheiro, que se viabilize isso e que se busque uma melhor solução, porque o povo de Juiz de Fora não merece isso.”
A audiência é realizada pelas comissões de Fiscalização Financeira e Controle; e de Viação e Transportes, no Plenário 2.
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Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Daniella Cronemberger