Direitos Humanos

Ganhadora do Nobel pede apoio do Brasil na defesa dos direitos humanos no Irã

09/06/2011 - 16:31  

Acompanhe aqui a entrevista da ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Shirin Ebadi, à TV Câmara.

A advogada iraniana de Direitos Humanos Shirin Ebadi, ganhadora do prêmio Nobel da Paz, pediu o apoio do Brasil na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), marcada para setembro, na defesa dos direitos humanos no Irã. "A solidariedade de vocês é muito importante para nós. Comprovam com seu voto que estão ao lado do povo do Irã e não de um governo ditatorial", afirmou.

Shirin Ebadi esteve com deputados das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; e de Direitos Humanos e Minorias nesta quinta-feira na Câmara. Ela solicitou que o apelo fosse transmitido à presidente da República, Dilma Rousseff, já que ambas não puderam se encontrar.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, informou por meio de carta que voltaria ainda hoje do Pará, onde está em missão oficial, para encontrar-se com a ganhadora do prêmio Nobel.

No entanto, o representante da ativista no Brasil, Flavio Rassekh, informou que ela não se reunirá com nenhum ministro do governo em Brasília. "Ela veio a Brasília para encontrar a Dilma Rousseff e se sentiu muito mal com essa recusa, porque sentiu que essa recusa foi ceder à pressão do governo iraniano. Ela queria ter a oportunidade de falar não sobre assuntos políticos, mas sobre direitos humanos, essa é a questão", ressaltou.

Dilma Rousseff volta ainda hoje de Blumenau (SC), e novas tentativas serão feitas para que ela receba Shirin Ebadi. Deputados da oposição fizeram um apelo aos governistas para que isso ocorra. A ganhadora do prêmio Nobel fica em Brasília até amanhã. Depois, segue para Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde terá encontros com autoridades e movimentos sociais.

Defesa de Dilma
O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) afirmou que a presidente já é comprometida com a causa dos direitos humanos, pois foi presa e torturada quando tinha 22 anos, no período de ditadura militar, e já protestou publicamente contra o apedrejamento de mulheres no Irã.

O encontro entre ela e Shirin Ebadi não ocorreu, segundo Tatto, por um problema de agenda. “A presidente tem agenda, é uma chefe de Estado. Ela tem auxiliares com competência, inclusive, constitucional para tratar desses assuntos, como a ministra Maria do Rosário", destacou.

Moção de repúdio
O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), voltou a lamentar que o encontro entre Dilma Roussef e Shirin Ebadi não tenha ocorrido até agora. Ele lembrou que a presidente recentemente recebeu artistas estrangeiros e outros ganhadores do prêmio Nobel.

O deputado tucano também destacou que o Brasil é líder entre os países da América do Sul e que uma sinalização na ONU reafirmando a defesa dos direitos humanos sempre tem repercussão nas outras nações.

Na sessão de quarta-feira do Plenário, Nogueira apresentou um requerimento para aprovação de uma moção de repúdio à presidente da República por não receber a advogada iraniana, mas o pedido foi rejeitado pela maioria dos deputados.

Reportagem – Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição – Marcos Rossi

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