Especialista diz que Plano Nacional de Educação exige até 10% do PIB

25/05/2011 - 16:52  

O professor José Marcelino Rezende Pinto, da Universidade de São Paulo (USP), disse há pouco que, para cumprimento da proposta que cria o Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10, do governo), o investimento na área deverá chegar a 10,01% do PIB em 2020. O projeto, que está em tramitação na Câmara, prevê aplicação de 7% do PIB no setor nesse ano. Hoje, esse gasto está em torno de 5%.

O PNE destaca metas de expansão do acesso e melhoria da qualidade da educação brasileira, em todos os níveis, para os próximos dez anos. Segundo José Marcelino, os dados apresentados por ele já levam em consideração as expectativas de mudanças demográficas e de expansão do PIB per capita no período.

O especialista afirma que a garantia de recursos para a educação tem impacto direto na qualidade do ensino. Ele explica que cerca de 85% do dinheiro investido na área é revertido em salários. A outra parte, em sua maioria, segue para o custeio de insumos considerados básicos, como bibliotecas, laboratórios de informática e ciências, quadras esportivas e acesso à internet.

“É possível um cenário em que haja recursos, bons salários, insumos disponíveis e baixa qualidade de educação? Sim. Mas, nesse caso, é possível cobrar qualidade. Hoje, isso não é possível”, disse o professor.

José Marcelino participa de audiência pública sobre as políticas de financiamento da educação, que ocorre no plenário 10. O encontro é promovido pela comissão especial destinada a analisar o PL 8035/10.

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Reportagem - Carolina Pompeu
Edição - Daniella Cronemberger