Secretária afirma em audiência que Samu voltará a atender usuários de drogas
13/04/2011 - 21:45
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) voltará a atender chamadas de socorro a usuários de drogas. Mas, segundo a secretária nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, ainda não há data prevista para a retomada do serviço, porque os profissionais estão passando por um processo de capacitação. "Na verdade não é só o Samu. Todos os serviços de emergência serão capacitados para atender os casos de usuários de drogas que precisem de atendimento", afirmou.
Paulina Duarte participou, nesta quarta-feira, de audiência da Comissão Especial sobre Políticas Públicas de Combate às Drogas que discutiu o Programa de Ações Integradas de Prevenção ao Abuso de Drogas e Violência, do governo federal.
Implantado há cerca de um ano em quatro municípios da região metropolitana de Salvador, o programa reúne uma série de ações de prevenção e mecanismos relativos ao tratamento e à reinserção social, levando em conta práticas já existentes nas comunidades.
A secretária avalia que os resultados na Bahia são bons, uma vez que ficou demonstrado o compromisso das comunidades na busca de melhores alternativas. Por outro lado, ela reconhece que o programa pode ser melhorado. "É claro, os resultados ainda não são os desejados porque o tempo é muito curto. Essa é uma questão que demanda ações imediatas, mas também ações estruturantes, e o que nós vimos de especial foi um grande compromisso tanto do governo estadual quanto dos governos municipais e da própria comunidade em aderir e se responsabilizar pela questão."
Programas falhos
O relator da comissão especial, deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL), classificou de falido o programa de ações contra drogas do governo. "É uma coisa falida. Não funcionou. Taí a dependência química na rua, todo dia a televisão mostrando, a maconha, a cocaína, o crack principalmente. E não tem resposta do governo federal nessa dimensão. Tenho convicção de que a presidente Dilma tem compromisso e quer resolver o problema. Mas os programas são muito falhos e pequenos e estamos muito aquém da realidade brasileira", ressaltou.
Segundo Givaldo Carimbão, o governo tem de rever suas posições e a comissão especial vai trabalhar para ajudar a encontrar o caminho. Ele disse que alguns temas serão debatidos e depois poderão ser transformados em lei, como a inclusão do tema das drogas nos currículos escolares e o aumento das penas para os traficantes de crack.
O deputado disse ainda que os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Saúde, Alexandre Padilha, serão convidados para novas audiências. Além disso, grupos de parlamentares vão visitar várias cidades do País para checar de perto a situação. Também serão realizadas audiências públicas nos estados e finalmente, em setembro, está programado um seminário internacional. O relatório final da comissão especial deverá ser apresentado em cinco meses.
Reportagem – Idhelene Macedo/Rádio Câmara
Edição – Marcos Rossi