Frente quer recuperar competitividade da indústria têxtil
08/04/2011 - 13:15

A Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção do Brasil, reinstalada no início desta semana, vai priorizar neste ano a pressão por medidas contra a concorrência desigual com produtos chineses. Os empresários do setor defendem mudanças na área tributária, como desoneração de investimentos e exportações, para recuperar a competitividade dos produtos brasileiros nos mercados interno e externo.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS), um dos coordenadores da frente, lembra que medidas de proteção econômica são comuns em vários países, e o Brasil também precisa adotar ações para assegurar a capacidade de concorrência de seu parque industrial. “O Brasil não pode se tornar um país que exporte preferencialmente commodities e outros produtos in natura. Ele tem que exportar e produzir cada vez mais produtos com valor agregado".
Já o deputado Guilherme Campos (DEM-SP) afirma que, para este ano, está previsto um saldo negativo entre compras e vendas externas no setor têxtil de US$ 6 bilhões: "O Brasil, que há 5 anos tinha um superávit na sua balança de produtos têxteis de US$ 500 milhões, em 2010 teve um déficit de US$ 3 bilhões".
Custos maiores
O presidente do Sindicato do Vestuário Feminino e Infanto-Juvenil de São Paulo , Ronald Masijah, explica que os produtos chineses têm preços menores porque são submetidos a uma carga tributária muito menor do que os brasileiros e utilizam mão-de-obra mais barata.
O presidente do Sinditêxtil de São Paulo, Alfredo Emílio Bonduki, lembra que além da carga tributária e das despesas trabalhistas maiores, o Brasil ainda enfrenta custos para reduzir os impactos ambientais no processo de produção. “Isso faz uma diferença grande. Os países asiáticos têm produção de qualidade, porém não têm os mesmos custos ambientais e trabalhistas".
Reportagem – Sílvia Mugnatto/Rádio Câmara
Edição – Paulo Cesar Santos