Governo e sindicatos divergem sobre o novo valor do mínimo
Há, basicamente, três valores em discussão para o reajuste: os R$ 545 defendidos pelo Executivo, os R$ 560 propostos pelo DEM e os R$ 600 previstos em emenda do PSDB.
15/02/2011 - 18:53

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta terça-feira, em comissão geralA sessão plenária da Câmara pode ser transformada em comissão geral para debater assunto relevante, projeto de iniciativa popular ou para ouvir ministro de Estado. A diferença entre os debates ocorridos durante a votação de matérias e a comissão geral é que, nessas ocasiões, além dos deputados, são convidados a falar representantes da sociedade relacionados ao tema debatido. na Câmara, a manutenção da política de valorização do salário mínimo aplicada desde 2007, e cobrou o reajuste do mínimo para R$ 545. Esse é o valor previsto no Projeto de Lei 382/11, do Executivo, que será votado na tarde desta quarta-feira (16). Porém, a oposição e as centrais sindicais cobraram valores maiores durante a sessão de debates.
“Não há uma política isolada do governo, e sim uma estratégia geral para elevar os salários e aumentar o emprego”, afirmou Mantega, ao reiterar a defesa do mínimo de R$ 545. O valor em vigor atualmente, estabelecido pela MP 516/10, é de R$ 540.
No início da comissão geral, os deputados confirmaram o apoio para a votação nominalVotação em que é possível identificar os votantes e seus respectivos votos, ou apenas os votantes, no caso em que os votos devam permanecer secretos. Opõe-se à votação simbólica, na qual não há registro individual de votos. das emendas ao projeto. Assim, será possível identificar o valor defendido por cada um dos deputados.
Polêmica
No debate nesta terça-feira no plenário, ficou claro que para conseguir aprovar o mínimo de R$ 545, como deseja, o Executivo terá de contornar uma série de argumentos. Segundo o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), o governo poderia conceder um reajuste maior se cortasse “despesas desnecessárias”.
Já o líder da MinoriaBancada partidária cujo número de integrantes seja imediatamente inferior à maioria e que expresse posição diferente desta em relação ao governo. Ou seja, maior partido de oposição ao governo. Atualmente, a minoria é o PSDB. , deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), disse que um mínimo de R$ 545 não atenderia aos interesses dos trabalhadores.
O líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), ressaltou, porém, que a proposta do Executivo viabiliza a manutenção de uma política de reajuste que contribuiu, segundo ele, para a distribuição de renda e o crescimento da economia. De acordo com Teixeira, é necessário preservar uma estratégia “bem-sucedida que está mudando o Brasil”.
Sindicatos
Os representantes das centrais sindicais também mostraram posições diferentes, mas concordaram ao defender um aumento superior aos R$ 545.
Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o mínimo deveria ser fixado em R$ 580, mesmo valor defendido pela Nova Central Sindical de Trabalhadores. A Força Sindical preferia os R$ 580, mas concordou em apoiar um salário de R$ 560, para facilitar acordo. Esse valor também foi defendido pela União Geral dos Trabalhadores.
(*) Matéria atualizada às 21h50.
Da Reportagem
Edição – João Pitella Junior