Trabalho, Previdência e Assistência

Centrais sindicais brigam por salário mínimo de R$ 560

15/02/2011 - 14:05  

As principais centrais sindicais passaram a manhã tentando convencer os deputados a aprovar um salário mínimo de R$ 560, e não R$ 545 como quer o governo.

O presidente da Nova Central, José Calixto Ramos, disse aos deputados do PSDB que qualquer acordo pode sofrer ajustes. "Não estamos forçando barra nenhuma, nós queremos é que haja uma flexibilização do governo também para modificar esse acordo, o que é muito natural. Todo acordo pode ser revisto a qualquer momento, é só as duas partes se entenderem. E nós queremos isso."

Pelo acordo das centrais com o governo, chancelado pelo Congresso, o mínimo teria reajuste pela inflação do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIBIndicador que mede a produção total de bens e serviços finais de um país, levando em conta três grupos principais: - agropecuária, formado por agricultura extrativa vegetal e pecuária; - indústria, que engloba áreas extrativa mineral, de transformação, serviços industriais de utilidade pública e construção civil; e - serviços, que incluem comércio, transporte, comunicação, serviços da administração pública e outros. A partir de uma comparação entre a produção de um ano e do anterior, encontra-se a variação anual do PIB.) de 2 anos antes. Em 2009, porém, essa variação foi nula.

Para o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), o governo não pode rever o acordo neste momento. "Houve, no Orçamento de 2011, um otimismo muito grande e nós precisamos agora, pelo menos no começo do ano, fazer um movimento de adequação na execução orçamentária, adequação à realidade. É necessário agora fazer um trabalho para consolidar as conquistas já obtidas e não buscar novas conquistas", avalia.

O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores, Canindé Pegado, critica a posição do governo de só discutir a tabela do Imposto de Renda se o mínimo de R$ 545 for aprovado. "Nós vamos para outro embate. É uma pena o governo estar fazendo esse divisor de águas ou, em outras palavras, até uma certa ameaça para que nós abandonemos a luta pela recomposição do valor de compra do salário mínimo."

Berzoini afirmou que a vinculação entre o mínimo e o Imposto de Renda é apenas orçamentária, já que quem ganha o mínimo não paga o imposto. O parlamentar defende que a correção da tabela seja pela meta de inflação, que é de 4,5%.

Reportagem - Sílvia Mugnatto / Rádio Câmara / SR

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