Ciência, tecnologia e Comunicações

Prioridades do Ministério das Comunicações já tramitam na Câmara

12/01/2011 - 10:35  

Divulgação/Tribunal de Justiça de Tocantins
Plano Nacional de Banda Larga depende da aprovação de duas propostas já em tramitação.

Duas das propostas consideradas prioritárias pelo novo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já tramitam na Câmara. São elas a Medida Provisória 517/10 e o Projeto de Lei 1481/07, que altera o Fundo de Universalização das Telecomunicações (FustO Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações foi instituído pela Lei 9.998/00 com o objetivo de proporcionar recursos para cobrir a parcela de custo relativa ao cumprimento das obrigações de universalização de serviços de telecomunicações que não possa ser recuperada com a exploração do serviço. Cabe ao Ministério das Comunicações formular as políticas, as diretrizes gerais e as prioridades que orientarão as aplicações do Fust e definir os programas, projetos e atividades financiados com recursos do fundo.). Segundo o ministro, a aprovação das duas propostas é necessária para a implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) - a principal prioridade do ministério.  

A MP 517/10 estende os benefícios do programa “Computador para Todos” para os modens e exonera de IPI os bens de telecomunicações desenvolvidos no país. Já o PL 1481/10, que aguarda votação pelo Plenário, permite que o Fust seja usado para a massificação da internet de banda larga. A aprovação do projeto também foi defendida, no discurso de posse, pelo novo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que é o autor da proposta.

O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), apoia o plano de massificação da banda larga e manifestou disposição em retomar as negociações para a aprovação do PL 1481/07. “A utilização do Fust é fundamental para universalizar a banda larga”. Porém, ele discorda da reativação da empresa pública Telebrás, prevista no PNBL. “A experiência mostra que o Estado faz de forma mais cara, mais devagar e não atende a todos”. Ele defende parcerias público-privadas e afirma que o Estado não deve ser executor, mas apenas indutor de políticas públicas para a inclusão digital.

O deputado Walter Pinheiro (PT-BA) – que foi eleito senador para a próxima legislatura – destaca que a massificação das novas tecnologias é essencial, pois a universalização do serviço de telefonia não é suficiente para promover a inclusão digital da população.

Rádios comunitárias
Outra prioridade citada pelo ministro Paulo Bernardo em seu discurso de posse - o fortalecimento das rádios comunitárias – também é objeto de várias propostas na Câmara. Em dezembro, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou projeto que descriminaliza as operações de rádios comunitárias – ou seja, retira da esfera penal a forma de punir as infrações cometidas e estabelece sanções administrativas pelo mau uso do serviço. O texto aprovado é um substitutivo do deputado Fernando Marroni (PT-RS) ao PL 4549/98, do ex-deputado Salvador Zimbaldi. O substitutivo do relator tomou por base o PL 4573/09, do Poder Executivo.

TV por assinatura
Bornhausen e Pinheiro acrescentam, às prioridades para o setor, a aprovação do Projeto de Lei 29/07, que institui um novo marco legal para a televisão por assinatura. A proposta, que não foi citada entre as prioritárias pelo novo ministro, já foi aprovada pela Câmara e tramita atualmente no Senado (PLS 116/10). “O projeto permite a atualização tecnológica e o barateamento do serviço de TV paga”, afirma Pinheiro.

Embora não concorde integralmente com o texto final aprovado pelos deputados, Bornahusen, que é o autor da proposta, acredita que a aprovação pelos senadores é essencial. Ele classifica como ruim o texto encaminhado ao Senado, mas admite que a rejeição da proposta representaria um prejuízo ainda maior.

Bornhausen é contrário ao sistema de cotas de conteúdo nacional e independente previsto no texto. A proposta original apenas abria o mercado de TV a cabo para as concessionárias de telefonia fixa e retirava as restrições de capital estrangeiro para empresas do setor.

O deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), que foi relator da proposta na Câmara, também defende prioridade para a regulamentação dos serviços de TV por assinatura. “O PL 29 antecipa algumas discussões que deverão constar na nova lei geral para o setor das comunicações”, diz Lustosa. Uma dessas discussões seria justamente o estímulo às produções audiovisuais nacionais e independentes.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Paulo Cesar Santos

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.


Sua opinião sobre: PL 4549/1998