Governo promete medidas comerciais para combater guerra cambial
07/01/2011 - 14:23
Além das medidas financeiras já anunciadas pelo Banco Central, a equipe econômica prometeu iniciativas comerciais no combate à guerra cambial. O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, disse na última segunda-feira (3) que o Brasil vai lutar pelo acesso a novos mercado protegidos por diversos tipos de barreiras e combater práticas anticoncorrenciais como o dumpingSistema de economia protecionista que, para incentivar artificialmente a exportação, lança no mercado internacional produtos pelo preço do custo, ou abaixo do custo, elevando-os excessivamente no mercado interno, de forma que compense o prejuízo. , que é a venda de produtos abaixo do preço de produção.
"Ao mesmo tempo em que incentivaremos a postura empreendedora do setor empresarial, não hesitaremos em fazer uso de mecanismos de defesa comercial quando forem cabíveis. Estaremos sempre atentos a práticas ilegais que prejudiquem a indústria brasileira", disse o ministro.
O 2º vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP), defende que a política cambial e o seu impacto no comércio internacional deve ser tratada de uma forma globalizada, levando em consideração a economia de todos os países. Ele avalia que a guerra cambial é causada por ações deliberadas de determinados países, como a China e os Estados Unidos, que lançam mão de subsídios para defender as suas economias.
“Não deve haver apenas a preocupação com o eu, mas com o nós. A economia é globalizada e os problemas têm de ser tratados de forma global, não da forma que se lidava no tempo do mercantilismo, em que cada nação cuidava de si”, disse.
O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), por outro lado, chamou atenção para uma das consequências da guerra cambial nas nossas relações comerciais, o processo de desindustrialização. Com dólar baixo, o País deixa de produzir bens nacionais e passa a importá-los. “Esse fenômeno pode ser observado, por exemplo, no setor de alumínio. Há muito tempo a nossa produção de latas de alumínio não cresce e, nesse verão, já importamos 5 bilhões de latas. Essa desindustrialização adquirirá maior volume se não houver uma inversão na política cambial”, alertou.
Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, a saída é a queda da taxa de juros, pois ela está aumentando a entrada de dólares no Brasil. "Países como a China, que tem moeda ligada ao dólar, também se beneficiam da queda do dólar. Então, o produto chinês fica mais competitivo no Brasil. Saída para isso: a principal é fazer com que a taxa de juros aqui caia."
Reportagem – Carol Siqueira e Sílvia Mugnatto
Edição – Marcos Rossi