Política e Administração Pública

Horário de verão reduz necessidade de investimentos, diz governo

15/10/2010 - 10:37  

De acordo com o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner, o objetivo do horário de verão é reduzir a demanda de energia nos horários de pico de consumo, geralmente das 18 às 21 horas, e a demanda por novos investimentos.

"Se o Brasil não adotasse o horário de verão, provavelmente seria necessário fazer um investimento em geração de energia elétrica, em novas usinas, da ordem de R$ 2 bilhões. As usinas térmicas também deixam de gerar energia a um custo em torno de R$ 60 milhões", afirma. Grüdtner acrescenta que o impacto na conta paga pelo consumidor vem da adoção de índices menores de reajuste das tarifas, devido a essa economia.

Contrário à medida, o deputado Mário de Oliveira (PSC-MG) não considera que a economia gerada pelo horário de verão compense o desconforto e a insegurança causados. "Nessa época, há queixas de mais episódios de violência, como assaltos", argumenta. "Não há ganho na tentativa de economizar energia", conclui.

Demanda
O horário de verão iniciado em 2009 reduziu a demanda por energia elétrica em aproximadamente 5% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (1.780 MW), e em 4,5% (490 MW) na região Sul, nos horários de maior consumo. No caso do Sudeste, a redução de demanda é suficiente para abastecer uma cidade com 5 milhões de habitantes no horário de pico e, no Sul, uma cidade com 1,5 milhão de pessoas. Já a redução total da energia consumida no período chegou a aproximadamente 0,5%.

A aplicação da medida no Norte e no Nordeste não foi recomendada porque, segundo a avaliação do Operador Nacional do Sistema Elétrico, não há variações significativas no período de sol, e portanto os benefícios seriam pequenos.

Estreia
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então presidente Getúlio Vargas. Nessa versão de estreia ele durou quase meio ano - de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932.

Atualmente, vários países mudam o horário convencional para aproveitar a luminosidade do verão. É o caso dos integrantes da União Europeia; a maioria dos países que formavam a antiga União Soviética; a maioria do Oriente Médio; parte da Oceania; a América do Norte e parte da América Central e da América do Sul.

Reportagem - Rachel Librelon
Edição - João Pitella Junior

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