Educação, cultura e esportes

Deputado diz que lentidão do governo pode encarecer obras da Copa

28/04/2010 - 20:56  

Diógenis Santos
Torres afirma que, até agora, quase nada foi feito.

O presidente da subcomissão que fiscaliza a organização da Copa de 2014, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), disse nesta quarta-feira que os investimentos do governo federal estão atrasados e que as obras correm o risco de ficar mais caras em razão do atraso.

"Desde que ficou definido que o Brasil será a sede da Copa de 2014, pouquíssimas iniciativas ocorreram, muito menos obras. Alguns municípios e estados estão sem capacidade de endividamento e seus investimentos podem acabar sendo assumidos pelo governo federal. Se isso acontecer, os gastos vão ficar muito maiores", disse ele, após audiência pública sobre o andamento das obras nos estados de Minas Gerais e da Bahia. "O cenário de hoje não traduz a tranquilidade que o governo demonstrava tempos atrás", declarou.

O deputado está especialmente preocupado com as obras de mobilidade urbana, como ampliação de aeroportos, portos e melhoramento dos acessos rodoviários às cidades que sediarão os jogos. Esse último item mereceu atenção do representante de Minas Gerais na audiência, André Barrence, gerente do Projeto Copa 2014 do estado. Segundo ele, a principal obra pedida pelo governo estadual ao Executivo federal foi a melhoria nas rodovias que dão acesso a Belo Horizonte.

"Existe uma demanda histórica da Prefeitura de Belo Horizonte pela construção do metrô, mas essa obra foi descartada porque não há tempo hábil para um projeto dessa magnitude até a Copa. Por outro lado, existem outras intervenções importantes, como o acesso a Belo Horizonte pelas rodovias federais. Apresentamos ao governo federal algumas propostas e estamos que sejam viabilizadas, pois os acessos atuais não atendem às necessidades de um evento tão grande, como a Copa", disse Berrence. Durante a audiência, o gerente detalhou os investimentos que serão feitos pelo Estado de Minas, prefeitura de Belo Horizonte e iniciativa privada, que devem alcançar os R$ 2,5 bilhões.

A subcomissão volta a se reunir nesta quinta-feira (29) para ouvir os ministros do Esporte, Orlando Silva, e das Cidades, Márcio Fortes, para discutir o tema. A audiência está marcada para as 9 horas, no plenário 9.

Reportagem - Rodrigo Bittar
Edição – Wilson Silveira

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