Reforma política não pode ter efeitos imediatos, diz líder do PTB
04/02/2010 - 17:56

Reconduzido à liderança do PTB, o deputado Jovair Arantes (GO) acredita que a aprovação de uma reforma política só será possível se ela for pensada para um período futuro, de forma a não ameaçar a situação dos detentores de mandatos que devem votá-la.
Para este ano, o líder petebista espera enfrentar votações de destaque como as dos projetos do pré-sal. Ele afirma que pretende mobilizar sua bancada para votar também iniciativas de parlamentares que constam da pauta para 2010.
Em entrevista à Agência Câmara, que está ouvindo os líderes partidários, o deputado disse acreditar que, apesar de ser um ano eleitoral, a Câmara terá uma sessão produtiva. Mesmo os eventuais afastamentos temporários decorrentes da campanha, afirma, reforçam o compromisso parlamentar com os anseios populares porque são decorrentes do exercício da democracia, que são as eleições.
Jovair Arantes, nascido em Buriti Alegre, em Goiás, tem 59 anos, é cirurgião-dentista e está em seu quarto mandato como deputado federal.
        Agência Câmara – Como o senhor acredita que será o funcionamento da Câmara neste ano eleitoral?
        Jovair Arantes – Será um funcionamento normal, porque somos uma Casa que atende aos anseios da sociedade como um todo, e as eleições são um anseio popular, porque são a realização da democracia, sua plenitude.
Agência Câmara – O que o senhor considera importante que seja votado?
        Jovair Arantes – Temos a série de propostas de regulamentação do pré-sal, mas também iniciativas de deputados que julgamos importantes e que vamos encaminhar. Queremos que a Câmara funcione como já está funcionando e vamos colocar os deputados para votar matérias importantes. Queremos contribuir para que a Casa cumpra seu papel para com a sociedade. Mas nós estamos dispostos a discutir qualquer proposta que afete este ou aquele segmento da sociedade.
Agência Câmara – O senhor acredita que será possível avançar na reforma política?
        Jovair Arantes – A reforma política não será votada enquanto não for uma reforma para o futuro, porque não é possível reformular nada com os atores no palco. Quando reformamos uma casa, temos de nos mudar sob pena de brigarmos com toda a família. Isso quer dizer que os deputados não vão votar uma mudança que os afete imediatamente, que prejudique a sua situação. Não dá para discutir voto distrital misto ou puro, lista, se o parlamentar achar que vai ser prejudicado, porque aí ele não vai votar. Qualquer que seja a reforma, deve ser projetada para o futuro, para 2018, 2020, 2024.
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Reportagem – Vania Alves
Edição – Marcos Rossi