Indenização às famílias dos militares tem apoio unânime
03/02/2010 - 18:03
Todos os partidos apoiaram o Projeto de Lei 6720/10, do Executivo, que indeniza as famílias dos militares mortos no terremoto do Haiti e concede bolsas de estudo aos seus dependentes. Pelo PT, o vice-líder José Genoíno (SP) homenageou os militares brasileiros pela missão “humanística e patriótica” no Haiti e elogiou o papel positivo do Brasil naquele país. Ele destacou que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi a primeira autoridade governamental estrangeira a visitar o Haiti após a tragédia, e ali comandou trabalhos humanitários.
O novo líder do PSDB, deputado João Almeida (BA), disse que a medida representa o mínimo a ser feito para retribuir o trabalho humanitário dos militares.
Pelo PDT, o vice-líder Miro Teixeira (RJ) elogiou a iniciativa do governo e somou-se às homenagens aos militares brasileiros que colocaram as suas vidas em risco. O vice-líder do PSC Regis de Oliveira (SP) disse que o Brasil vem marcando uma presença importante no Haiti.
Missão questionada
O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), criticou a intervenção militar dos Estados Unidos no Haiti e também a Comissão Representativa do Congresso, por ter aprovado, no recesso parlamentar, a ampliação do contingente militar brasileiro. “Deveríamos mandar só apoio humanitário; precisamos rediscutir o papel da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah)”, sustentou Valente.
O 1º vice-líder do PPS, deputado Arnaldo Jardim (SP), rebateu esse argumento: “A decisão da Comissão Representativa foi correta; a força militar foi ampliada não só para a estabilização do Haiti, mas para colaborar na reconstrução”.
Já o vice-líder do Psol, Chico Alencar (RJ), observou que a tragédia do Haiti não vem só do terremoto, mas de uma longa exploração colonialista. Ele criticou o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, por ter dito que o Haiti tem agora uma oportunidade única de começar a escrever sua história. “É um olhar errado, de imperialista”, afirmou Alencar.
Ele assinalou que Clinton desconhece a importância da história do Haiti, o primeiro país da América Latina a se tornar independente e o primeiro das Américas a libertar os escravos. “Não queremos tropas e sim apoio humanitário”, ressaltou.
Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição – João Pitella Junior