Deputado quer identificar os dirigentes do MST
12/01/2010 - 09:00
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) apresentou requerimentos para que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do MST tenha acesso às agendas de diversas autoridades, inclusive ministros e o próprio presidente Lula. Ele quer saber quem essas pessoas receberam como representantes do MST.
Como o movimento não é formalizado, o deputado argumenta que seria preciso definir um critério objetivo para a CPMI encontrar os seus dirigentes. "Quando as autoridades recebem um representante do MST, esse é um sinal, e a forma de fazer isso é ver o nome de quem foi recebido", explica.
Bruno Araújo acredita que os governistas vão dar mais trabalho do que aparentam, mas também vê uma linha clara de investigação: "Vamos ver se essas organizações ligadas ao MST cumprem os seus objetivos de educação e apoio à agricultura, ou se houve desvio para financiar invasões de propriedades."
Nomes
Apesar de os ânimos não estarem acirrados, os deputados devem analisar requerimentos delicados, além dos que pedem a investigação do Senar. Entre os 70 já apresentados, há pedidos para que sejam ouvidos os ministros do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; da Justiça, Tarso Genro; e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; além do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart; do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa; e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Por outro lado, especialistas em reforma agrária e três bispos da Igreja Católica estão entre os convidados para falar sobre a situação no campo.
O relator Jilmar Tatto (PT-SP) avalia que algumas dessas audiências podem não ser necessárias, pois bastaria repassar informações à CPMI; mas, segundo ele, nada será descartado sem análise dos parlamentares. "Vou avaliar o que está dentro do foco, mas em tese nenhum requerimento vai ser desconsiderado", informa.
Reportagem - Marcello Larcher
Edição – João Pitella Junior