SOS Estradas reclama de dados disponíveis

02/12/2009 - 16:50  

O coordenador do Movimento SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, afirmou, durante audiência na Comissão de Viação e Transportes, que os dados sobre acidentes de trânsito no Brasil não são harmônicos, nem confiáveis. "A Polícia Rodoviária Federal não mostrou o número de mortos e feridos". Ele também criticou o fato de as estatísticas desconsiderarem os familiares das vítimas, cujas vidas também são afetadas pelos acidentes.

Para Rizzotto, o País não está sendo competente na redução de acidentes de trânsito. O que falta, em sua opinião, é colocar a legislação brasileira em prática e fiscalizar seu cumprimento.

Aumento de recursos
O diretor-geral do Denatran, Alfredo Peres da Silva, reclamou na reunião das dificuldades, principalmente orçamentárias, enfrentadas pelo Denatran. Ele criticou o contingenciamento de verbas e afirmou que, apesar disso, o órgão tem lutado para aumentar os recursos para ações de prevenção de acidentes, especialmente as educativas.

Segundo Peres, o orçamento do Denatran, que sempre girou em torno de R$ 75 milhões, neste ano foi de R$ 534 milhões. Desse total, R$ 120 milhões foram investidos em campanhas educativas. O aumento dos recursos, segundo ele, é resultado em parte da destinação efetiva de recursos do seguro obrigatório dos veículos automotores (DPVAT) e de multas para o orçamento do Denatran.

Comunicação
No que diz respeito a ações contra a violência no trânsito, o superintendente da Exploração da Infraestrutura da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rubens Dalmolin, assinalou que a agência tem buscado melhorar a comunicação com o usuário.

Ele informou que o órgão vai implantar novos canais para ampliar a comunicação com usuários de serviços e infraestrutura de transportes. "Tendemos a um excesso de tecnicismo e a fechar os ouvidos aos leigos. A ANTT, no entanto, decidiu abrir cada vez mais o canal de comunicação com os usuários", afirmou Dalmoli, prevendo que os resultados desta nova estratégia podem contribuir para reduzir o número de acidentes em rodovias e em áreas urbanas.

Dalmolin citou, entre as ações da agência para reduzir os acidentes de trânsito, a recuperação de rodovias, com melhoria da sinalização vertical e horizontal; a fiscalização do peso dos veículos; e a revisão do manuais de sinalização de obras, para que os usuários não se deparem com obras na pista sem um aviso prévio.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Regina Céli Assumpção