Política e Administração Pública

Fórum recomenda ventilação natural em prédios públicos

25/06/2008 - 19:41  

Grande vilão da conta de luz das residências, órgãos públicos e empresas, o ar-condicionado está na mira da arquitetura sustentável. O Fórum de Arquitetura e Construção Sustentável na Administração Pública, realizado nesta quarta-feira na Câmara, apontou caminhos para o maior uso da ventilação natural como forma de tornar as construções ecoeficentes.

O arquiteto João Filgueiras Lima apresentou uma série de obras que projetou com aproveitamento da ventilação natural, mesmo em cidades de clima quente e úmido. Segundo ele, nesses casos a ventilação trabalha de forma integrada ao ar-condicionado. No Rio de Janeiro, por exemplo, um Hospital de Reabilitação da Rede Sarah, ainda em construção, vai utilizar o ar-condicionado em apenas 10% do tempo, no ano.

Em Salvador, o arquiteto projetou outra unidade do Sarah onde o consumo mensal de energia está em torno de R$ 70 mil a R$ 80 mil, custo que pelas contas dele é 10 vezes menor do que o de uma obra similar da arquitetura convencional.

Sustentabilidade
"O setor público deve absorver e amparar a sustentabilidade dos edifícios, principalmente em relação ao custo de energia", disse Lima, que integrou, ao lado de Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e Sérgio Bernardes, a escola modernista de arquitetura brasileira. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, o condicionador de ar responde sozinho por metade da conta mensal de eletricidade.

Na Petrobras, a arquitetura sustentável já virou uma realidade, segundo informou a arquiteta Maria Christina Xavier e o gerente do Projeto e Suprimento da Implementação de Empreendimentos para o Cenpes (IECP), Rene Rodrigues. O Cenpes é o Centro de Pesquisas da estatal, cuja unidade, situada na Ilha do Fundão (RJ), está sendo expandida dentro das normas da arquitetura sustentável.

Outras soluções
O prédio foi projetado para trabalhar com a ventilação do litoral, minimizando o uso do ar-condicionado. A proposta, porém, vai mais além e associa outras soluções de sustentabilidade. O ângulo de construção do teto foi projetado para aproveitar ao máximo a luz solar, com telhas envoltas em material plástico de garrafa PET. A água da chuva será reaproveitada nos banheiros, jardins e no sistema de ar-condicionado, que terá de ser usado em alguns pontos do prédio, como laboratórios. Os materiais usados na obra são de baixo impacto ambiental.

Maria Christina advertiu, no entanto, que o projeto só foi aprovado por aliar a sustentabilidade a um custo razoável. Segundo ela, o preço final da obra ficará entre 5% e 7% maior do que se fossem usados os métodos de construção tradicionais. "O importante é tentar alinhar as duas coisas [ecoeficiência e preço competitivo], de modo que o projeto não fique exorbitante, inviável", alertou.

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Reportagem - Janary Júnior
Edição - Francisco Brandão

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