Debatedores destacam ações pela sustentabilidade
05/06/2008 - 19:18
Durante o seminário Governança e Sustentabilidade, realizado na tarde desta quinta-feira como parte das comemorações, na Câmara, da semana do meio ambiente, foram destacadas experiências institucionais para promover a sustentabilidade nos setores público e privado. O representante do Ministério do Meio Ambiente, Nilo Sérgio Diniz, fez um balanço das iniciativas do governo federal desde a 1ª Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1972 em Estocolmo (Suécia), e cujos ideais foram retomados com a Eco 92, no Rio de Janeiro.
Na avaliação de Diniz, a Conferência de Estocolmo foi um marco histórico para a política ambiental brasileira, e teve como conseqüência imediata a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema), em 1973. Ele explicou que a Sema foi resultado do compromisso assumido pelo governo brasileiro com a Organização das Nações Unidas (ONU), ao assinar a Declaração de Estocolmo. "Desde então, as iniciativas do País foram cada vez mais expressivas, culminando com a Agenda 21 e o Plano Amazônia Sustentável", complementou.
Contribuição da Câmara
A chefe da Assessoria de Projetos Especiais da Diretoria-Geral da Câmara, Cássia Botelho, destacou as ações da Casa para a economia de energia elétrica, de água e de papel, além do programa ambiental (Ecocâmara) e do projeto Parlamento Carbono Neutro. "São iniciativas que colocam a Câmara no patamar de referência em termos de boas práticas ambientais", enfatizou.
O secretário-geral de administração do Tribunal de Contas da União (TCU), Sérgio Freitas de Almeida, apresentou o programa TCU Ecologicamente Correto e disse que todo o setor público no Brasil passou a desenvolver ações de responsabilidade ambiental. "Essa é uma tendência muito significativa que mudará a cultura gerencial na administração pública."
Responsabilidade socioambiental
O vice-presidente da Basf no Brasil, Rui Goerck, apresentou o programa de sustentabilidade da empresa. Como se trata de uma das maiores companhias mundiais do setor químico, no mercado há 140 anos, "a Basf tem o objetivo de investir em projetos de sustentabilidade, como forma de responsabilidade social e ambiental", disse. Goerck ressaltou que o setor empresarial começou a encarar a sustentabilidade como um assunto estratégico, capaz de gerar lucros e trazer benefícios à preservação ecológica.
O professor Raimundo Soares, pesquisador da Fundação Dom Cabral, ressaltou as ações para formar lideranças empresariais com foco na governança sustentável. "No âmbito organizacional, o papel dos líderes é fundamental para a mudança de mentalidade e a adoção de práticas em sintonia com os princípios da sustentabilidade", reforçou.
Terceiro setor
O deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR), que coordenou o seminário durante a tarde, destacou a contribuição do terceiro setor no incentivo à responsabilidade e à sustentabilidade ambiental. "Entre as iniciativas mais relevantes, não podemos ignorar aquelas que emergem das organizações não-governamentais", ressaltou.
O diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Claúdio Abramo, ponderou que uma das principais condições para a sustentabilidade é o combate à corrupção. "Todas as ações de responsabilidade social, de desenvolvimento sustentável ou de qualquer outra forma de desenvolvimento ficam comprometidas com as práticas sistêmicas de corrupção", afirmou.
O seminário foi promovido pelo Ecocâmara e pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e contou com apoio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Ele faz parte do Ciclo de Encontros Sustentável 2008, que terá continuidade ao longo do ano.
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Reportagem - Antonio Barros
Edição - João Pitella Junior
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