Programas da TV Câmara

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) concluiu que a Classe C é a que mais cresce no país. Hoje, 55% da população está nessa faixa. São 105 milhões de brasileiros com uma renda familiar mensal entre R$ 1.200 e R$ 5.100. É esta a Classe C, incrementada por famílias que pertenciam às classes D e E, surgidas a partir das melhorias econômicas verificadas no país ao longo da última década. É uma nova classe consumidora, que está priorizando o conforto, o lazer e o acesso às novas tecnologias. É para este público gigantesco que a TV aberta vem focando a sua programação. A TV Globo, líder de audiência, populariza as tramas de suas novelas, como se vê em Cheias de Charme e em Avenida Brasil, e aposta em humorísticos com linguagem bem simples e direta, como o Zorra Total, além de investir alto nos programas de auditório, com Fausto Silva e Luciano Huck. A fórmula para atrair a Classe C é pretender mostrá-la nas telas, fazer com que aquele mundo em que o telespectador vive, seja recriado pela TV. Um bom exemplo é o seriado “Tapas e Beijos”, que mostra a vida de duas balconistas de loja, uma profissão comum entre os integrantes dessa nova classe média. Agradar à Classe C é algo que o SBT sempre fez com muito êxito. Os programas de auditório da emissora de Silvio Santos atingem o alvo porque mesclam entretenimento com farta distribuição de prêmios. Mas não é só no campo da diversão que as TVs mudam sua programação. Os telejornais, principalmente da Rede Record, estão cada vez mais próximos da população. Entrando nas comunidades, na vida dos bairros, mostrando desde os crimes até as queixas públicas. Mas há quem critique essa política. Essa nova camada social não teria direito também a programas mais sofisticados, como aqueles reservados apenas para quem pode pagar uma TV por assinatura?
O Ver TV analisa os programas voltados para a chamada "nova classe C". Os convidados são os professores da Universidade de Brasília (UnB): Katia Couto, da Faculdade de Comunicação; Sayonara Leal, do Departamento de Sociologia; e Ricardo Caldas, diretor do Centro de Estudos Avançados.