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Dois projetos de lei que redesenham o Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, estão deixando os ambientalistas preocupados. As propostas reduzem a área original do parque, mas os produtores rurais que vivem ali dizem que podem preservar a mata melhor do que o governo.
A proposta do deputado mineiro Carlos Melles para resolver esses problemas do Parque da Serra da Canastra é oficializar como área do parque apenas os 71,5 mil hectares já desapropriados desde que ele foi criado em 1972. A nova área também incluiria a nascente do Samburá, espinha dorsal do Rio São Francisco.
Por outro projeto do deputado, as terras não desapropriadas, onde ainda vivem fazendeiros e posseiros, seriam transformadas em uma Área de Proteção Ambiental. Ao contrário dos parques de conservação, as APAs podem ser habitadas e exploradas. Os moradores e produtores da região garantem que isso vai ajudar a preservar a floresta.

Mas a região também é rica em quartzo. Tem até diamantes. Isso faz com que ambientalistas vejam a proposta com desconfiança.
Os projetos já passaram pelas comissões da Câmara. Mas, diante das dúvidas, alguns deputados acham que o assunto ainda deve ser mais debatido. Os projetos que alteram as áreas de preservação da Serra da Canastra foram aprovados em caráter terminativo nas comissões, ou seja, vão direto para o Senado. Mas alguns deputados ainda tentam reunir um total de 52 assinaturas para que as propostas sejam votadas também no plenário da Câmara. O prazo para este tipo de recurso vai até quarta-feira.

Créditos:
1 – Dep. Carlos Melles (DEM-MG) - Autor dos projetos
2 - Reinaldo Sebastião de Almeida - Produtor rural - Delfinópolis, MG
3 - Luiz Mourão – Pres. do Inst. para o Desenvolvimento Ambiental
4 – Dep. Paulo Teixeira (PT-SP)