Câmara Hoje
07/04/2010
Atingidos por barragens debatem impacto das hidrelétricas
A construção de usinas hidrelétricas é uma fonte de polêmica por causa do impacto ambiental que elas provocam. Mas há um outro impacto que vem sendo motivo de debates no Congresso: o impacto social das hidrelétricas, pela remoção de famílias das áreas alagadas e a perda de meios de sobrevivência pelos antigos moradores. O assunto foi tratado em audiência pública nesta quarta (07/04) na Câmara.
As obras das hidrelétricas de Belo Monte, no Pará e de Estreito, entre o Tocantins e o Maranhão, fazem parte dos planos do governo federal para garantir a autossuficiência energética do país. Mas têm gerado críticas quanto aos impactos ambientais e denúncias de desrespeito às famílias que moram às margens dos rios Xingu e Tocantins.
Uma das soluções apontadas na audiência é que o Congresso Nacional apresente um parecer antes que o processo de implantação das usinas continue.
O representante da Plataforma DhESCA, Guilherme Zagallo, organização não governamental de defesa dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais, apresentou relatório sobre a hidrelétrica de Belo Monte pedindo a suspensão da licença ambiental prévia e o cancelamento do leilão da usina.
Representantes do governo federal e da concessionária responsável pela construção da Usina de Estreito foram convidados a participar da audiência pública, mas não compareceram. Nesta quinta (08/04), o Ministério Público vai ajuizar uma ação civil pública pedindo a suspensão da licença prévia e o cancelamento do leilão da usina de Belo Monte.
Crédito:
- Walter Moreira - apicultor
- Claudinan da Luz - barqueiro
- Paula Bittar - repórter
- Sandra Cureau - subprocuradora-geral da República do Ministério Público
- Guilherme Zagallo - Plataforma Dhesca Brasil
- Deputado Domingos Dutra (PT-MA)