Sempre Um Papo
16/05/2015
Sebastião Salgado e Lélia Wanick Salgado e a escassez da água no planeta

O programa Sempre Um Papo apresenta Sebastião Salgado e Lélia Wanick Salgado no debate sobre o tema “A Questão da Água e o Instituto Terra”. No encontro, o casal fala também do premiado filme “O Sal da Terra”, indicado ao Oscar 2015.
Instituto Terra - Fruto da iniciativa do casal, o Instituto Terra, criado em 1998, se dedica ao desenvolvimento sustentável da região do Vale do Rio Doce. Trata-se de uma região do Brasil que vivencia as consequências do desmatamento e do uso desordenado dos recursos naturais como a seca, a erosão do solo, entre diversos outros problemas ambientais. Desde então, o cenário de total degradação de uma área de 700 hectares, na cidade mineira de Aimorés, vem se transformando: a antiga fazenda de gado, hoje abriga uma floresta 2 milhões de mudas de espécies de Mata Atlântica.
A questão da escassez da água no planeta é o foco deste debate, na medida em que o Instituto Terra vem trabalhando com a recuperação de nascentes, em um projeto pioneiro e sustentável promovendo a proteção e a conservação dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
“O Sal da Terra” - O filme narra a longa trajetória do fotógrafo, em seu projeto "Gênesis", expedição que registrou, a partir de imagens, civilizações e regiões do planeta, até então inexploradas. No último dia 20 de fevereiro, o longa ganhou o prêmio francês César de melhor documentário. Dirigido pelo alemão Win Wenders e pelo brasileiro Juliano Salgado, filho de Sebastião Salgado, o filme tem a duração de 110 minutos. A trilha sonora é de Laurent Petitgand.
“Genesis” retrata animais, tribos e paisagens em mais de 245 fotografias clicadas em diferentes lugares do mundo, ao longo de oito anos de viagens. Divididas em cinco seções geográficas, a exposição e livro revelam maravilhas que permanecem imunes à aceleração da vida moderna. Na trajetória das obras de Sebastião Salgado, esse é o terceiro mergulho de longa duração em questões globais. Trabalhadores (1986-1992) e Êxodos (1994-1999) retrataram as duras consequências das radicais mudanças econômicas e sociais sobre as vidas humanas. O foco, desta vez, é o ambiente natural.
Sebastião Salgado natural de Aimorés, Minas Gerais, é formado em economia e começou sua carreira de fotógrafo na França, onde mora desde 1973. Trabalhou para as agências Sigma e Gamma, e desde 1979 faz parte da Magnum. Já recebeu os prêmios mais importantes concedidos ao fotojornalismo, entre eles o de Melhor Repórter Fotográfico do Ano, oferecido pelo International Center of Photography de Nova York, e o Grand Prix da Cidade de Paris.
Lélia Wanick Salgado é curadora, cenógrafa, editora e ilustradora dos trabalhos de Sebastião Salgado. Radicada em Paris, é casada com o fotografo há 50 anos e presidente do Instituto Terra, de recuperação ambiental.
Apresentação - Afonso Borges