Programas da Rádio Câmara

Projeto garante prioridade no atendimento psicológico pelo SUS a crianças e adolescentes vítimas de abuso ou exploração sexual. O texto, aprovado na CCJ, pode ir direto para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara. No Brasil, a cada hora, 13 crianças e adolescentes são vítimas de algum tipo de violência sexual, física ou psicológica. Segundo o Atlas da Violência 2025, são mais de 115 mil vítimas por ano.  A maioria dos casos acontece em casa.

A deputada Rosangela Moro (União-SP), relatora da proposta, lembra que o tema “providencialmente” foi aprovado na esteira do debate sobre “adultização”, após a divulgação de vídeos sobre crianças e adolescentes na internet. Ela lembra que há até casos de suicídio e de automutilação de vítimas. “Estamos tratando de crianças”, reforça.

Rosangela Moro diz que sociedade precisa manter um “olhar atento” em relação a crianças e adolescentes. Ela afirma que muitos vivem em “ambiente tóxico”, onde as próprias mães enfrentam abusos. Muitas mães trabalham fora e, segundo Rosangela Moro, devem ter “atenção com quem vão deixar as crianças”.

Rosangela Moro diz que a sociedade “está falhando” na tarefa de proteger crianças e adolescentes. Ela afirma que os pais são responsáveis pela educação dos filhos, ensinando “o que é certo e o que é errado”. Ela afirma que a escola também tem papel importante para educar sobre o corpo. “Não estou falando de sexualização de crianças. Mas ensinar, por exemplo, que um adulto não pode tocar no corpo de uma criança”, diz. Ela também criticou o Legislativo que, segundo ela, está mais envolvido com conflitos políticos quando deveria se voltar mais para melhorar a vida do cidadão.

Rosangela Moro lembra que já há uma fila especial para idosos e pessoas com deficiência. Ela defende que essas exceções são necessárias para garantir o atendimento em tempo hábil. Mesmo diante da sobrecarga do SUS, ela considera importante a prioridade no atendimento psicológico a crianças e adolescentes vítimas de abusos sexuais.

Rosangela Moro elogiou o SUS pela sua capilaridade. E lembrou que o sistema faz transplantes e operações complexas “com qualidade”. Mas criticou a demora no atendimento. Segundo ela, o SUS precisa investir em tecnologia, interligação de dados, atendimento remoto e capacitação.

Apresentação - Mauro Ceccherini