Painel Eletrônico

Parlamentares da América Latina e Caribe preparam carta com propostas para a Conferência do Clima

06/08/2025 -

  • Entrevista - Dep. Nilto Tatto (PT-SP)

Nesta quarta e quinta-feira (6 e 7/8), em Brasília, representantes de mais de 20 países se encontram no Congresso para a II Cúpula Parlamentar Sobre Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e do Caribe. Em entrevista ao Painel Eletrônico (6), um dos coordenadores do encontro, o deputado Nilto Tatto (PT-SP), disse que os parlamentos articulam internacionalmente uma participação nas negociações oficiais de encontros como a Conferência do Clima das Nações Unidas, que, neste ano, será sediada em Belém, no Pará, em novembro.

“Isso porque nós entendemos que os parlamentos precisam estar muito mais próximos deste tema para poder trabalhar e ver como que, no Parlamento, podemos aprovar legislações que ajudem cada país a fazer a sua lição de casa. Porque os acordos que são feitos no âmbito da Conferência do Clima da ONU, eles não são acordos obrigatórios dentro de cada país. Então lá é consensuado, são assumidas responsabilidades e depois é uma luta dentro de cada país, dependendo da conjuntura, para poder fazer com que se implemente aquilo que é acordado internacionalmente,” destacou.

Tatto informou que a cúpula dos parlamentares da América Latina e Caribe pretende apresentar uma carta à Conferência do Clima, com as preocupações em relação ao tema. O deputado, que também é coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, entende que a pauta principal do encontro do clima, em novembro, deve ser o apoio financeiro às nações em desenvolvimento, para que haja recursos suficientes para redução de gases de efeito estufa. E esse financiamento deve vir, principalmente, de países que historicamente mais contribuíram para o aquecimento do planeta, segundo o parlamentar.

“Também nesta cúpula vai se discutir muito a pauta da mitigação, de que muitos países que têm pouca responsabilidade pelo aquecimento global historicamente, que não emitiram muitos gases, já estão sofrendo as consequências das mudanças climáticas, com os eventos extremos que todo mundo está acompanhando. E, portanto, aqueles países que mais contribuíram com o aquecimento global precisam apoiar os países para socorrer em momentos de emergência. Como aquilo que a gente viu de perto, por exemplo, no Rio Grande do Sul. A mesma coisa na seca na Amazônia,” alertou.

Quanto às notícias de que delegações poderão desistir de vir a Belém pelo custo excessivo da hospedagem, Nilto Tatto falou um pouco sobre a experiências em outras COPs.

“É um desafio muito grande fazer na Amazônia, fazer em Belém. Eu quero dizer o seguinte, eu participo já há muitos anos de COPs. Mais ou menos nesta época, a gente começava também a se organizar para ir aos outros países e os preços assustavam a gente. Mas, quando chegava próximo, diminuíam inclusive os preços, porque às vezes as pessoas, principalmente nessas plataformas, colocam os seus imóveis particulares para alugar, viam que não estavam conseguindo alugar e depois diminuíam os preços. Então, eu acredito que isso vai se resolver,” opinou.

Segundo Nilto Tatto, a crise climática exige que os países atuem globalmente, pelo próprio futuro da humanidade.

Apresentação - Ana Raquel Macedo

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