Painel Eletrônico

Plenário pode votar projeto de lei que dá prioridade a pessoas com câncer no agendamento de consultas e exames e no tratamento

25/02/2025 - 08h00

  • Entrevista - Dep. Fausto Pinato (PP-SP)

O plenário da Câmara pode analisar nesta semana proposta que dá prioridade a pessoas com câncer no agendamento de consultas e exames e no tratamento. O texto altera a lei que instituiu a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, que ainda é uma das principais causas de mortes no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima mais de 600 mil novos casos sejam diagnosticados somente neste ano.

O relator, deputado Fausto Pinato (PP-SP), ressalta que o número de casos está aumentando e que o tratamento, muitas vezes, é “doloroso”. Falta equipamento, diagnóstico precoce, segundo o parlamentar, para detectar os casos no início e aumentar as chances de cura. O deputado acredita que o SUS pode dar esse suporte “se o Ministério da Saúde se organizar”. “Não falta dinheiro, falta gestão”, resume o parlamentar.

Pinato critica a atuação da pasta, “que não sai da mesmice governo após governo”, segundo ele. “É preciso um choque de gestão, usando tecnologia”, prega. “Temos condições de melhorar. Não é possível demorar tanto tempo para achar uma vaga, para um médico preencher um formulário”, diz. “Não adianta fazermos leis se o Ministério da Saúde continuar enxugando gelo”.

O deputado cita o exemplo do Hospital de Barretos, no interior de São Paulo, referência nacional no combate ao câncer. Ele lembra que o hospital começou com doações até conseguir se credenciar no SUS. “Se a iniciativa privada consegue, por que o Estado não consegue?”

Fausto Pinato também critica os planos de saúde que, segundo ele, cada vez mais reduzem o atendimento à população. “É uma quadrilha”, diz. “E a ANS (Agência Nacional de Saúde) joga contra a população. É uma caixa preta”. Pinato diz que, há muito, os planos viraram “lobistas” e reclama: “nós, deputados, fomos eleitos para atender a população”. Pinato diz que os planos de saúde tornaram os brasileiros “reféns”. “O Brasil precisa criar vergonha na cara para resolver esse problema”, declara. Para ele, bastaria a atuação firme do Ministério da Saúde e da ANS para colocar os planos “nos eixos”.

Pinato critica ainda a polarização que, segundo ele, atrapalha na discussão dos reais problemas do país: “Educação, saúde e segurança”. “Discutimos esquerda e direita, golpistas e comunistas – e não as soluções para as aflições do povo brasileiro”.

Apresentação - Mauro Ceccherini

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