Com a Palavra (atual Painel Eletrônico)
Momento O Eco: como é possível crescer e não consumir mais energia?
01/09/2014 - 11h03

O Eco tem uma parceria com a rede ambiental do jornal britânico “Guardian”. Na semana passada, através dela, publicamos duas boas notícias. A primeira conta que novas estatísticas do governo britânico trouxeram uma novidade extremamente interessante: nos últimos 30 anos, deixou de existir uma relação óbvia entre crescimento econômico e consumo de energia. A economia britânica dobrou de tamanho desde 1985, mas o consumo total de energia continuou exatamente o mesmo. Por isso, o autor do artigo, Chris Ham, um consultor da área, afirma que não devemos mais temer o crescimento econômico, pois ele não é mais o inimigo do planeta. Mas como é possível crescer e não consumir mais energia?
Entre os exemplos, estão carros subcompactos, que fazem o dobro da quilometragem do que faziam na década de 1980; caldeiras de aquecimento doméstico, nos países frios, que consomem 40% menos energia; e lâmpadas de Led, que para a mesma capacidade de iluminação consomem apenas 7% da energia de uma lâmpada incandescente convencional.
E vêm mais coisas por aí. Como veículos híbridos ou totalmente elétricos, e grids de energia inteligentes. Aparelhos domésticos inteligentes podem reduzir seu consumo de energia em momentos em que ela é menos necessária, como também seria o caso da temperatura de calefação em uma casa vazia.
A outra boa notícia é que 2013 viu um recorde na geração de energia elétrica de fontes renováveis, tais como eólica, solar e hidrelétrica. 22% da energia do mundo foi gerada por essas fontes. E, também durante 2013, elas receberam investimentos de 250 bilhões de dólares.
A União Europeia pretende chegar a 2030 com cerca de um terço de sua eletricidade produzida por fontes renováveis. E no Brasil, África do Sul e Chile, por exemplo, a energia eólica já é competitiva e até preferida a novas usinas de combustíveis fósseis, como carvão ou gás.
Falta muito para deixar os combustíveis fósseis no passado. Mas nunca caminhamos tão rápido para este futuro.
Apresentação – Eduardo Pergurier