Câmara é História
Golpe de 1964 (05' 14")
26/03/2006 - 00h00
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Golpe de 1964 (05' 14")
Câmara é História
O ano de 1964 começa com grandes agitações políticas e sociais.
A revolta dos sargentos, as sublevações de cabos e marinheiros, o comício da Central do Brasil e a famosa Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que leva 500 mil pessoas às ruas de São Paulo, na maior manifestação contra o governo de Jango, fortalece junto à opinião pública a sensação de um Governo que se torna insustentável.
A atuação das massas urbanas e rurais em face das reformas de base aprovadas por João Goulart leva a um confronto com os grupos conservadores e de elite.
Sob os argumentos de combater o comunismo e a corrupção, e após três anos de conspiração civil e militar, instabilidade política e radicalização, um movimento militar saiu às ruas para depor o presidente João Goulart, em 31 de Março de 1964.
No dia Primeiro de Abril, sem amparo da Constituição, pois o presidente estava no país e não havia renunciado, nem fora afastado por um processo legal, o senador Auro de Moura Andrade, presidente do Congresso, declara vago o cargo de Presidente da República em sessão extraordinária, e empossa o presidente da Câmara, Ranieri Mazilli.
"O senhor Presidente da República deixou a sede do Governo. Deixou a nação acéfala. (Gritos e vaias). Numa hora gravíssima da vida brasileira em que é mister que o chefe de Estado permaneça a frente de seu governo. Abandonou o governo, e esta comunicação faço ao Congresso Nacional. Esta acefalia configura a necessidade de o Congresso Nacional, como poder civil, imediatamente tomar a atitude que lhe cabe nos termos da Constituição brasileira. para um fim de restaurar nesta pátria conturbada a autoridadade do governo e a existência de governo. Não podemos permitir que o Brasil fique sem governo, abandonado. Há sob a nossa responsabilidade a população do Brasil. O povo. A ordem. Assim sendo declaro vaga a Presidência da República. (Palmas e vaias) E nos termos do artigo 79 da Constituição declaro presidente da República o presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazilli. A sessão se encerra. (vaias e gritos de "golpista")".
Mas a posse de Mazilli, era apenas decorativa já que o poder de fato estava com os militares e, nos dias após a destituição de Jango, a Junta Militar que se apoderou do país edita o Ato Institucional número 1, cassando os direitos políticos de 102 personagens da política brasileira. E o marechal Humberto Castelo Branco assume de forma indireta a presidência da República.
O AI-1 classificou o Golpe Militar como uma autêntica revolução, que uma vez vitoriosa se investia no exercício do Poder Constitucional para dedicar-se à reconstrução econômica, política e moral do país.
Os militares sustentavam ainda que a revolução não se legitima através do Poder Legislativo. Mas seria o Legislativo que receberia do Ato Institucional a sua legitimação.
É nessa época que a Jovem Guarda começa a estourar nas paradas de sucesso, liderada por Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
BG - Música - BG - Música - - "Vem quente que eu estou fervendo...." de Carlos Imperial/Eduardo Araújo - c/Erasmo Carlos.
Edição e Redação: Eduardo Tramarim.
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