Programas da Rádio Câmara

Uma experiência artística que se tornou uma imersão cultural. No livro “Códice”, o artista plástico Glênio Lima conta em fotos e texto como foram os quatro meses em que viveu no México em 2010, como um dos 40 selecionados do Programa de Residências Artísticas para Criadores da Iberoamérica e do Haiti. Durante a experiência, Glênio desenvolveu quatro pinturas em grandes formatos que traçavam uma ponte entre a arte contemporânea dos Yanomami do Brasil e os pré-hispânicos Mixteca do México. Os quadros foram expostos nas casas de alguns moradores de Oaxaca, como forma de imersão no cotidiano mexicano, conforme Glênio nos detalha:

“Como eu vivi nesse povoado, que é um povoado muito pequeno, numa montanha, há pessoas muito simples, famílias interessantes. Aí eu tive uma ideia depois que minhas obras estavam prontas de fazer uma interação com o lugar. Eu achei que se eu levasse as obras pras casas de algumas famílias e fizesse o retrato. Na verdade era o meu trabalho seria um ponto de fundo, algo que ficasse incorporado ao lugar, a casa, a moradia, aos objetos da casa. Não queria que alterasse. Seria um retrato tradicional, como aqueles que faziam antigamente, que a pessoa posa, as pessoas ficam quietinhas e meu quadro ali quase que nem aparece. Essa que era a ideia. O quadro era um pretexto para entrar nas casas, pra tomar café, comer a comida deles, conversar”.

Em “Códice”, Glênio relata em português, inglês e espanhol, um pouco de sua vivência no México ao lado de 39 artistas de 16 países. A publicação de capa dura e formato 28 por 23 centímetros, traz, sobretudo, um vasto acervo fotográfico de pessoas, lugares e obras produzidas durante a imersão.