Programas da Rádio Câmara

Uma revelação em sala de aula da existência de tijolos marcados com a suástica descortinou uma triste face da sociedade brasileira: uma fazenda no interior de São Paulo que manteve 50 crianças em regime de trabalho pesado, entre 1920 e 1930. A história é o tema central do documentário “Menino 23: infâncias perdidas no Brasil”, em cartaz atualmente. Dirigido por Belisário França, e baseado na dissertação de doutorado de Sidney Aguilar Filho, o filme acompanha as pesquisas do professor pelos rastros dessa história e ouve alguns sobreviventes como Argemiro Santos, hoje com 92 anos, e Aluizio Silva, o menino “23” do título, morto em 2015, aos 93 anos. De acordo com o documentário, durante quase dez anos, a abastada família Rocha Miranda, simpatizante do nazismo, manteve as 50 crianças em regime pesado de trabalho, com castigos físicos e nenhum tipo de remuneração, somente comida. Encontradas em um orfanato no Rio de Janeiro, as crianças eram, em sua maioria, de pele negra. “Menino 23- infâncias perdidas no Brasil” é uma realização da produtora Giros.