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Cerca de três mil pessoas morrem por dia, no mundo, vítimas de doenças negligenciadas, como malária, leishmaniose visceral, doença de chagas, doença do sono, tuberculose e as diarreicas. Essas enfermidades, causadas por agentes infecciosos ou parasitas, atingem principalmente as populações mais pobres.

O Brasil lidera a lista de países em desenvolvimento que mais investem recursos para descoberta de novas formas de tratamento. Apesar do esforço do setor público para combater as chamadas “doenças da pobreza”, nosso país ainda convive com um número significativo de casos. No ano passado, só com relação à malária, o Ministério da Saúde registrou 179 mil notificações.

Para discutir o assunto, o Com a Palavra... entrevistou o médico e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Carlos Henrique Nery da Costa. Segundo ele, é preciso investir em saneamento básico, pois a falta dele é o principal motivo da proliferação dessas doenças.

Negligência
As doenças negligenciadas são frequentes na África, na Ásia e nas Américas. A adoção do adjetivo "negligenciada" surgiu pelo fato de essas enfermidades não despertarem o interesse das grandes empresas farmacêuticas para a produção de medicamentos e vacinas.

Além disso, a pesquisa neste setor não conta com recursos suficientes, embora os incentivos governamentais tenham sido ampliados nos últimos anos, atingindo cerca de R$ 75 milhões ao ano. Apesar dos esforços, em termos de financiamento público, o Brasil ainda está em sexto lugar no ranking dos países que mais investem nesse segmento.