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Câmara é História

Câmara é História - Luiz Inácio Lula da Silva ( 6' 16'' )

15/10/2006 - 00h00

  • Câmara é História - Luiz Inácio Lula da Silva ( 6' 16'' )

O presidente da República e candidato pelo PT, Luis Inácio Lula da Silva, e o candidato pelo PSDB e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, já atuaram no Congresso Nacional como deputados federais.

Ambos exerceram mandatos na Assembléia Nacional Constituinte, de 1987 a 1990.

Lula não voltou a concorrer, mas Geraldo Alkmin ainda foi eleito para mais um mandato, de 1991 a 1994.

O programa Câmara é História vai apresentar em duas edições um pouco da vida parlamentar de cada um dos candidatos.

Nesta edição, vamos saber um pouco sobre a passagem de Lula pela Câmara dos Deputados.

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Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, em São Paulo, o principal líder operário do país à época da Constituinte, Lula foi o parlamentar mais bem votado no Brasil, obtendo 650 mil votos ao concorrer a uma vaga na Câmara pelo Estado de São Paulo.

Em sua atuação na Constituinte, defendeu principalmente os direitos sociais dos trabalhadores.

Com 42 anos, chegou à Câmara sem ter prévio conhecimento da atividade parlamentar. Lula apresentou seis projetos de lei como deputado federal, dedicados à correção de salários de trabalhadores ativos e benefícios da previdência aos aposentados.

Como líder do PT na Câmara, Lula teve atuação destacada como voz de oposição contra os governo dos presidente José Sarney e Fernando Collor. Lula apresentou seis requerimentos de pedido de informação questionando atos dos dois governos.

Em discurso feito pouco antes do Carnaval de 1988, Lula acusa o governo Sarney de estar se aproveitando da prática do "é dando que se recebe". Lula também defende o empenho dos deputados para a aprovação de uma legislação mais avançada em termos de direitos sociais.

"Qual é o peso que tem para a sociedade a fala do constituinte Roberto Cardoso Alves, ao dizer que é dando que se recebe? Qual é o peso que tem para 140 milhões de brasileiros, que assistiram pela televisão, que escutaram no rádio e que leram nos jornais a frase é dando que se recebe? Ora o que pressupõe a sociedade brasileira? Que o senhor Roberto Cardoso Alves estava dando alguma coisa ao presidente José Sarney e recebendo outra. A sociedade não sabe o que foi, mas a indagação permanece na memória de milhões e milhões de brasileiros. Portanto, possivelmente, vamos entrar depois de quatro dias de folia na matéria mais importante desta Constituinte, do meu ponto de vista: os direitos sociais. Espero que haja maturidade, compreensão e que nesses quatro dias de Carnaval cada um de nós, após participar do bloco que bem entender, seja o Centrão, a esquerda, a Mangueira ou a Beija-Flor, volte para esta Casa com a disposição de recuperar o tempo perdido, para elaborarmos uma Constituição que reflita a vontade do povo"

Como líder do PT, Lula apresentou à Câmara projeto de Constituição formulado pelo seu partido na forma de substitutivo.

"O PT não poderia omitir-se nos embates do presente. Ao invés de nos limitarmos meramente à enunciação de um rol de teses e princípios, encaramos o desafio de elaborar um projeto completo de Constituição. Ousamos tomar uma iniciativa que julgamos inédita. Acreditamos ser a primeira vez na história das constituintes brasileiras que um partido político apresenta formalmente um projeto de Constituição global e articulado. O projeto do PT é fruto de memorável trabalho do jurista Fábio Konder Comparato que atendendo solicitação da comissão executiva nacional do partido, formulou e apresentou em fevereiro de 86 uma inovadora proposta intitulada Muda Brasil."
Lula foi ainda titular da Comissão de Sistematização, encarregada de dar corpo final ao texto constitucional.

O então líder do PT votou na Constituinte a favor da reforma agrária, da nacionalização dos recursos naturais e pela proteção à empresa nacional.

Lula rejeitou ainda proposta que dava ao presidente José Sarney cinco anos de governo. A proposta de extensão de mandato foi aprovada pela Assembléia Constituinte em junho de 1988.

Nesta edição, o Câmara é História apresentou momentos do trabalho parlamentar do candidato Luis Inácio Lula da Silva. Na próxima, será a vez do candidato Geraldo Alckmin.

O Câmara é História de hoje teve como trilha sonora a música "Armina, Armina", de Wagner Tiso.

Consultoria musical de Marcos Brochado
Trabalhos técnicos: Ribamar de Carvalho
Produção, texto e apresentação de Eduardo Tramarim
Coordenação de Jornalismo: Aprígio Nogueira.

O Câmara é História é uma produção da Rádio Câmara retransmitida por centenas de emissoras em todo o país As produções podem ser reproduzidas gratuitamente por qualquer emissora do país.

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